A acomodação monetária chinesa

Conforme mencionado por aqui no Comentários de Mercado da última sexta-feira ("O dia da virada dos CÍCLICOS"), o fato do "dollar index" (DXY) ter parado de se valorizar abriu uma janela para que a China pudesse promover uma flexibilização em sua política monetária sem afetar negativamente sua taxa de câmbio frente ao dólar americano. Como sabemos, o compromisso com o processo de "desdolarização" -- um movimento que já se faz presente -- é algo de extrema importância ao partido comunista chinês.

Assim, o governo chinês anunciou um pequeno corte na taxa do compulsório, o que representará uma pequena e necessária expansão de crédito na economia; algo que será muito bem vindo para estabilizar o tão sofrido setor imobiliário chinês.

De carona, o que já observamos é um movimento de valorização em ativos cíclicos que incluem as ações de países emergentes que sempre se beneficiam em situações de expansão monetária chinesa. O IBOV já subiu 7% da mínima registrada na semana passada.

Para esta terça-feira, o mais provável é que o IBOV continue se valorizando. No entanto, considere a possibilidade de observarmos uma troca na liderança deste movimento de apreciação. É provável que as ações da Petrobras, que tanto se valorizaram nas últimas semanas, deem espaço para uma valorização mais abrangente no mercado brasileiro; quem sabe contemplando as ações que compõem o índice Small 11.

Marink Martins