A desanimadora reunião do Politburo chinês

29/07/2022

O Politburo -- comitê central do partido comunista chinês - se reuniu esta semana e frustrou o mercado ao não anunciar novos estímulos direcionados a solucionar a enorme crise de confiança que atinge o mercado de construção civil do país. Especialistas dizem que a China vive a pior crise imobiliária desde a crise vista em 2008.

Me impressiona a informação de que 90% das vendas de novos imóveis chineses são feitas nos lançamentos. Com a política de covid zero ainda vigorando, cresce a desconfiança do consumidor chinês em relação a capacidade de empresas como a Evergrande e outras de honrar com suas obrigações. Por isso, havia uma tremenda expectativa por parte dos agentes de mercado de que o comitê central viria para o resgate.

O que vimos, entretanto, foi um comunicado tímido e frustrante. O Politburo já reconhece que a meta de crescimento de 5,5% do PIB não será atingida neste ano. Além disso, o comitê renovou seu compromisso com a política de covid zero e afirmou que problemas na área de construção civil devem ser resolvidos por governos locais.

O fato é que, historicamente, quando o impulso creditício chinês é mais fraco, a performance dos ativos de renda variável tende a ser pobre, com consequências desanimadoras para os mercados emergentes. O Brasil, posicionado globalmente como um dos maiores fornecedores de commodities, deve sentir os efeitos nefastos desta postura mais cautelosa por parte dos chineses.

Outro tema que ocupa a pauta internacional é a viagem de Nancy Pelosi à Ásia. Até o momento, a líder da câmara dos deputados dos EUA está agendada para visitar o Japão, Coreia do Sul, Singapura e outros países do sudeste asiático. Taiwan está marcado como "tentative". Gravei um vídeo MYCAP TENDÊNCIAS GLOBAIS na semana passada que explora este tema. Você pode conferir ao clicar aqui.

Marink Martins

www.myvol.com.br