Afunilamento nos mercados

27/07/2021

Dentre os comentários pós-mercado que ouvi nesta segunda-feira, o que mais me chamou a atenção foi feito por Mike Wilson, estrategista chefe da área de renda variável do Morgan Stanley. Wilson nos chama atenção ao "mini-ciclo" de mercado em que há um período em que os agentes se concentram em papéis mais líquidos, com maior peso nos índices, em detrimento daqueles mais voláteis, mais especulativos. 

Mike Wilson naturalmente falava sobre a bolsa americana; sobre a busca pela segurança nas ações das grandes empresas de tecnologia dos EUA. Não é de hoje que os agentes comentam a respeito da deterioração do "market breadth" (número de ações subindo em comparação ao número de ações caindo) no mercado americano. Este é um movimento que vem se intensificando a cada dia. 

Todavia, Wilson foi mais enfático e também trouxe um discurso baseado em observações históricas que sugerem que este comportamento é típico de um estágio tardio deste "mini-ciclo" que ele vem descrevendo. De acordo com o estrategista, este é um momento em que cresce a divergência entre as "blue chips" e o resto do mercado.

Será que isto está ocorrendo também na bolsa brasileira? Ao julgar pelo que observamos ontem, Vale, Petro e Itaú registraram uma ótima performance relativa. Isso, em um momento desafiador, com as ações chinesas derretendo e com o temido mês de agosto se aproximando.

Diante da derrocada vista nas ações chinesas, a pergunta do momento é: e aí, vai ter contágio global ou não?


Marink Martins


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