China - Desta vez é para valer?
Na semana passada -- mais precisamente na segunda-feira, dia 23/9 -- o veterano Charles Gave disse o seguinte em relação às ações chinesas:
"No entanto, continuo muito otimista em relação às ações chinesas e defendo manter uma posição comprada. Isso se deve a uma razão simples. Após um mercado baixista prolongado e severo, as ações normalmente apresentam muitos falsos começos. Mas quando o mercado altista começa, 50% dos retornos totais são obtidos nos primeiros 10% do tempo. Portanto, como investidor, você deve estar no mercado antes de o rali começar, ou perderá 50% dos ganhos."
Isso foi na segunda-feira! Quem comprou e carregou provavelmente passou um fim de semana memorável. O fato é que as bases acionárias das empresas chinesas ficaram extremamente concentradas após anos de marketing negativo na mídia financeira norte-americana. Abordei o tema China nos últimos dois vídeos que gravei, sendo que o mais recente você pode acessar ao clicar aqui.
Na semana passada -- conforme publicado aqui na quinta-feira -- David Tepper, gestor da Apalloosa Management, disse o seguinte em relação às ações chinesas após os anúncios de estímulos monetários e fiscais feitos pelo gigante asiático: "Buy Everything!!!"
Em um novo texto publicado hoje, Charles Gave reitera o seu otimismo em relação às ações chinesas. Desta vez o estrategista enfatiza também que a valorização da moeda japonesa é algo que serve como catalisador para a tão aguardada realocação de ativos globais que já mostra sinais de estar em curso. Nos EUA, não só estamos testemunhando o processo de des-inversão da curva de juros, mas se observa também um enfraquecimento de performance de líderes como Nvidia e Apple. Além disso, há claros sinais de que a volatilidade, que esteve ausente dos preços das ações americanas nos últimos dias, mostra sinais de retorno.
Assim, convido o leitor a uma parada para reflexão. Sabe aquela famosa frase atribuída a Lenin que diz que há décadas que nada acontece e há semanas em que décadas acontecem? Pois é, há indícios de que algo digno de uma nova década está em curso. Começou lá na China e, assim como ocorreu com a Covid, poderá abalar as carteiras de investimentos mundo afora.
Marink Martins