Dissonâncias
E se eu te dissesse isso... o que você diria?
1. O preço atual do ETF EEM ($43/ação) -- carteira MSCI para mercados emergentes -- é o mesmo de 17 anos atrás. Durante este período, o S&P 500 valorizou 265%. Outro ETF, o EAFE - que inclui ações de países desenvolvidos excluindo os EUA -- também não andou nada.
Acima, temos o EEM (mercados emergentes) comparado ao S&P 500, EFA e EWZ (Brasil).
O que é interessante, entretanto, é que algumas empresas norte-americanas -- que já foram grandes símbolos no passado -- também decepcionaram. Aqui vale a pena dar destaque para as ações da Ford e da Intel. Quem não se lembra do duopólio uma vez chamado de WINTEL (Windows + Intel Pentium)? Pois é, o preço da Intel é o mesmo de 1997, enquanto o S&P 500 valorizou 620% no período. Já o preço da Ford é o mesmo de 1993! A valorização do S&P 500 desde esta data é de 1.100%.
2. O preço do barril de petróleo WTI é o mesmo de 2006. Durante este período a inflação registrada nos EUA de acordo com o índice de preços ao consumidor foi de 36%.
3. O preço do Ethereum -- considerada a moeda virtual com maior funcionalidade -- está no mesmo patamar de abril de 2021. De lá para cá, o Nasdaq 100 já subiu 45%.
4. O rendimento dos Treasuries de 10 anos (3,8%) é o mesmo de janeiro de 1963. Naquela época, a relação dívida/PIB dos EUA era de 40%, hoje está por volta de 122%.
Abaixo, listo algumas conclusões imediatas que, além de perigosas, podem se provar desastrosas...
1. O tempo não cura todos os males em se tratando de bolsa de valores.
2. Se você é um investidor americano não há porque "olhar" para fora do país. Se tudo que você viu foi "excepcionalismo", então o mais provável é que tal arcabouço já esteja "cimentado" em sua mente.
3. Inflação é um problema dos outros. Nos EUA, a inflação sempre reverte à média.
4. Escolha grandes empresas dos EUA e esqueça questões macroeconômicas.
Marink Martins