Lee, Druckenmiller e Gave: o que eles dizem?

12/05/2021

Ela voltou! A volatilidade está de volta à festa que parece não ter fim. Observo que ela volta de mansinho, mas de forma capciosa. Penso que ela está preparando algo para os próximos meses.

Enquanto isso, chamo a atenção do leitor ao fato de que Stanley Druckenmiller -- aquele que esteve à frente do Soros Fund na época da famosa aposta contra a libra esterlina em 1992 -- escreveu um "Op-ed" no Wall Street Journal nesta semana dizendo que o FED está brincando com fogo. Druckenmiller é um dos mais famosos TREND FOLLOWERS ("caçador de tendência") do planeta. Ele diz estar comprado em ações e commodities, mas enxerga bolhas em quase todos os ativos de renda variável. Sua fala nos leva a crer que ele está muito pessimista com o dólar.

Agora, se tem um gestor/analista/guru que brilhou nos últimos anos, este é o Tom Lee, da empresa FundStrat. O cara vem acertando todas; da renda variável a criptomoedas. Neste momento, Tom Lee anda receoso com ações associadas a "growth" como aquelas do setor de tecnologia. Sua preferência, entretanto, está direcionada às ações de empresas dos seguintes setores: petrolífero, financeiro e industrial. Tom Lee é o cara!

E no meio destas duas feras, não posso deixar de mencionar aqui o meu guru: Louis-Vincent Gave, da casa de pesquisa Gavekal. Louis está em um grupo hoje denominado como "os inflacionistas". Ele vê pressão inflacionária em diversas frentes e vem advogando que o dólar tende a perder bastante valor relativo nos próximos anos. Observe que, desde o início da pandemia, o dólar já perdeu 10% em relação à moeda chinesa.


Trazendo estas três visões para o ambiente brasileiro, eu concluo dizendo o seguinte:


1. Seguidores de Druckenmiller devem amar a Vale, devido a sua exposição aos metais básicos; em particular o níquel e o cobre.

2. Seguidores de Tom Lee devem amar a Petrobras e os grandes bancos brasileiros. Lee parece estar no jogo da reversão à média. Estes ativos encontram-se depreciados demais em relação aos seus preços históricos.

3. Seguidores de Louis Gave devem amar os ETFs globais listados na B3. Afinal, eles nos permitem uma maior diversificação cambial.

E, para finalizar, termino compartilhando a minha ideia da semana: "Cash & Carry Brasil" -- a compra de ativos locais associados a valor, financiado pela venda de ativos que eu considero "pseudo-growth" na bolsa brasileira. Vou deixar assim, de forma vaga, para reflexão.

Marink Martins

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