Mantendo as aparências

26/08/2021

Vivemos reclamando da vida estressante nos mercados, mas a vida dos políticos não deve ser nada fácil. Afinal, o esforço para manter as aparências deve ser algo extremamente cansativo.

Digo isso, pois, seguindo os relatos recentes, vivemos em um profundo estágio de negação. Refiro-me ao problema dos precatórios e a dificuldade de se assumir a realidade que se apresenta. Refiro-me à crise hídrica e a dificuldade de assumir que um racionamento é inevitável.

Não devemos ser inocentes e ignorar o peso das palavras e classificações. Calotes e racionamentos podem afetar cláusulas contratuais e trazerem consequências nefastas aos envolvidos.

E assim, vivemos em um mercado de ações brasileiro que se esforça para se manter de pé. Um mercado que parece se sustentar pelo "magnetismo" exercido pelo diferencial de preço em relação aos ativos americanos (a famosa "boca de jacaré" entre o S&P 500 e o IBOV) e pelo insaciável apetite dos "investment bankers" que -- após "enfiarem" >50 bilhões de reais em ações de empresas "um tanto duvidosas" goela abaixo dos investidores locais nos últimos meses -- preparam-se para coroar a trajetória com um Nubank a 100 bilhões de dólares.

Como diz a velha brincadeira de virada de ano: lá na Austrália as três maiores empresas da América Latina já são a Mercado Livre, a Vale e o Nubank.

Infelizmente vou concluir este texto com um tom um tanto sombrio ao dizer o seguinte: as bolsas globais estão doidas para cair, mas o S&P 500 não deixa!

Marink Martins

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