O "Mão Forte" não dá carona aos pequenos!

18/05/2021

Confesso que estou feliz ao escrever mais uma vez a respeito da Petrobras. A empresa divulgou seu resultado na última quinta-feira e busquei transmitir por aqui comentários construtivos visando colocar o leitor "na cara do gol" para lucrar com a recente apreciação das ações. 

A verdade é que o preço vem subindo desde o início deste mês de maio. A divulgação do resultado do primeiro trimestre confirmou uma tese de recuperação da lucratividade da empresa e impulsionou ainda mais o preço de suas ações. 

Contudo, vale destacar que, logo após a divulgação do resultado, observamos em conjunto com a valorização da ação, um colapso na volatilidade implícita dos contratos de opções de compra cujos preços de exercício estavam fora-do-dinheiro. O que ocorreu é o que eu chamo de um "CORNER de SKEW"; isto é, a curva de volatilidade dos contratos se inclinou de uma forma que os contratos "dentro-do-dinheiro" ficaram caros e os fora do dinheiro ficaram baratos -- tudo isso, naturalmente, em termos relativos ao valor justo se considerássemos um mesmo nível de volatilidade implícita para todos os contratos. 

Talvez eu tenha te perdido aí, ao abordar este tema mais técnico. Todavia, o que busco transmitir é que este fenômeno descrito acima é algo que, volta e meia, ocorre nos mercados. Por trás do movimento há uma articulação do "mão forte" (Investidores institucionais que exercem forte influência nos preços dos ativos) que visa não dar carona ao especulador que comprou opções especulativas buscando multiplicar seus investimentos rapidamente. Não há nada de errado ou ilegal nisso. Trata-se de uma dinâmica natural dos mercados. 

Agora, se você é um dos compradores destas opções fora-do-dinheiro e sente que a sua opção não andou quase nada, eu entendo perfeitamente a sua frustração. Da próxima vez, quem sabe, possamos pensar por aqui caminhos alternativos para fugir deste tipo de "Corner" macabro. 

Marink Martins

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