Onde estamos?

10/05/2021

Para saber para onde vamos é necessário entender o nosso ponto de partida. Ainda que eu não consiga provar matematicamente, há fortes indícios de que os mercados - assim como o mundo quântico -- são afetados por uma incerteza estrutural.

Dito isso, viemos de uma semana em que o principal índice de renda variável do mundo - o índice S&P 500 - deu uma espécie de "drible da vaca" nos vendidos em um movimento "patrocinado" por ninguém menos do que a poderosa Janet Yellen; hoje, Secretária do Tesouro dos EUA.

Na última terça-feira, Yellen se mostrou preocupada com a estabilidade do sistema financeiro e, durante uma entrevista matinal, levantou a possibilidade de que o FED poderia promover uma normalização das condições econômicas de forma precoce. Os "vendidos" celebraram e derrubaram o SPX. Entretanto, a festa não durou muito. Algumas horas depois, em um discurso vespertino, a poderosa Yellen -- aquela que Trump havia substituído por achá-la "baixinha" demais para o cargo - pivotou e contribuiu para uma virada nos mercados que só fez ganhar impulso ao longo dos últimos dias da semana.

É possível especular que Yellen, já ciente dos dados do desemprego referentes ao mês de abril, planejou tudo diabolicamente. Nunca iremos saber. Mas o fato é que a poderosa judia nova yorkina deixou os vendidos completamente perdidos em uma economia que está na iminência de entrar em uma zona de alta pressão.

Sabemos que seu parceiro e pupilo, Jorome Powell, está mais do que feliz em deixar a estabilidade de preços um pouco de lado e focar naquilo que realmente importa no momento: a busca pelo pleno emprego.

Assim, a economia americana - com o percentual de vacinados um pouco abaixo de 40% -- se prepara para entrar em ciclo de expansão sem precedentes turbinada por duas forças que, em conjunto, contribuem para a teoria do "CRACK UP BOOM" que venho buscando articular por aqui. De um lado temos a Yellen consumindo a conta de custeio do tesouro (a TGA - "Treasury General Account") e, assim, deixando o mercado de capitais em uma espécie de vácuo que faz com que os agentes busquem outros ativos. Do outro lado, temos Powell adquirindo 120 bilhões de dólares em títulos de tesouro e hipotecas mensalmente.

Em suma, vivemos o ápice da liquidez global e quem disser que um ativo está caro ou barato corre o risco de ser ignorado como um bêbado perdido tentando achar sua casa em uma segunda-feira ensolarada.

Uma boa semana a todos,

Marink Martins


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