Sinais de Alerta
Ontem, em entrevista concedida à CNBC Ásia, a economista norte-americana Danielle Dimartino Booth -- que atuou por muitos anos no FED de Dallas -- disse: "o cenário de soft landing nos EUA já está 100% precificado pelos mercados". Complementou dizendo que a preocupação do FED deixou de ser a inflação e passou a ser a atividade econômica. Por esta razão, a economista vem recomendando aos seus clientes que comprem títulos de renda fixa de prazos cada vez mais longos.
No texto de hoje, tenho como objetivo compartilhar alguns sinais de alerta presentes no mercado. Há indícios de que os riscos estão bem mais elevados do que o que vem sendo retratado por um VIX de 17%... Seguem alguns sinais que merecem uma reflexão:
1. Apple
A empresa mais valiosa do mundo registrou o maior volume negociado da sua história na última sexta-feira, conforme podemos observar na imagem abaixo. O preço da ação esteve no positivo por quase todo o dia. No entanto, no fim do dia o volume "explodiu" e o papel reverteu toda a alta, fechando em baixa de 0,77%.
2. Boeing
Em meio a uma greve, a empresa mais importante no mundo da aviação está sofrendo ameaças de "downgrade" da classificação de risco de suas dívidas. A Boeing é uma empresa extremamente endividada e seu "rating" se situa na região fronteiriça entre grau de investimento e grau especulativo. Curiosamente, os "spreads" corporativos das empresas americanas parecem indicar que está tudo "tranquilíssimo" no país.
3. "PMIs" na Europa
Nesta manhã foram divulgados índices de atividade econômica ("PMIs") na França e na Alemanha. Ambos ficaram abaixo de 50 (divisor entre expansão/contração) e abaixo das expectativas dos agentes. Mesmo assim, o DAX da Alemanha continua na máxima histórica.
4. China
Até o momento não há sinais de novos estímulos por parte do governo chinês. Sem novos estímulos econômicos direcionados ao mercado consumidor chinês a expectativa é de que o país poderá entrar em deflação.
5. Brasil
Fábio Kanczuk, ex-BC, disse nos últimos dias que será necessário levar a SELIC para um patamar superior a 12% para que a inflação projetada no "horizonte relevante" (primeiro semestre de 2026) convirja para a meta de 3% ao ano.
Marink Martins