Sinais mistos para esta segunda-feira!

07/02/2022

Na última sexta-feira, a última hora de pregão nos deu uma certa esperança de melhora no IBOV. O preço de ajuste dos contratos futuros para fev/22 passou a 112.401 relativamente acima do preço médio registrado no dia. A Vale fechou forte na esperança de um retorno positivo das ações chinesas que estavam sem negociação devido ao longo feriado do ano novo chinês. Mesmo assim, os sinais para esta segunda-feira são mistos. Abaixo, dou destaque a alguns temas que tendem a afetar a precificação dos ativos:

  • Bank of America -- expectativa de que o FED venha a realizar 7 aumentos de 25 pontos base na taxa do Fed Funds ao longo de 2022. A expectativa da instituição é uma das mais agressivas (a média das expectativas parecem indicar somente 4 aumentos de 25 bp). Mesmo assim, a instituição prevê que o índice S&P 500 deverá fechar o ano um pouco acima do nível atual, em um patamar de 4.600 pontos.
  • Morgan Stanley -- o estrategista Andrew Sheets prevê um aumento de 0,50% na taxa de juros real na economia americana. No entanto, em se tratando do mercado acionário, o MS está bem mais conservador do que o Bank of America, prevendo que o S&P 500 deverá caminhar para um patamar mais próximo de 4.000 pontos. No MS, o famoso estrategista para renda variável, Mike Wilson, está entre os mais pessimistas já a um tempo.
  • Itaú BBA - Em destaque no Valor Econômico, o estrategista para renda variável, Marcelo Sá, indica um preço alvo para o IBOV de somente 115.000 pontos. A instituição não vê catalisadores para uma alta no consumo durante o ano de 2022. A previsão de crescimento do PIB é negativa; de 0,5%. Mesmo assim, a instituição considera que há potencial de valorização em ações de empresas ligadas a commodities e em ações de alguns bancos.
  • No lado positivo, a mídia internacional dá destaque a "outperformance" das ações brasileiras (EWZ) em relação ao índice S&P 500. Além disso, o otimismo com as commodities persiste, algo que tende a beneficiar os ativos brasileiros.
  • Ainda no lado positivo, o Goldman Sachs nos chama atenção de que o fluxo associado a recompra de ações nos EUA tende a se intensificar nas próximas semanas nos EUA.

Saindo um pouco do dia a dia, o fim de semana nos traz mais informações de que o processo desglobalização está se intensificando. Tivemos o anúncio de uma união, sem limites, entre a China e a Rússia durante os jogos de inverno em Pequim. Em paralelo, o analista da Gavekal, Dan Wang, nos diz que está em um curso nos EUA três medidas que também apontam para um "decoupling" entre EUA e China:

  • Proibição de importações de bens e produtos chineses oriundos da região de Xinjiang.
  • Medidas que aumentam a competitividade das empresas de tecnologia dos EUA.
  • Restrição de investimentos de empresas americanas na China.

O fato é que o mundo está em compasso de espera por uma solução destas questões geopolíticas que afligem os mercados. Sendo assim, os mercados tendem a oscilar sem uma tendência definida; pelo menos, nas primeiras horas deste início de semana.

Marink Martins


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