Um final feliz para 2019!

13/12/2019

Talvez você concorde comigo que o ano de 2019 seguiu um "script" tradicional de um filme de sessão da tarde. Pois, veja só:

O filme de 2019 começa de forma jubilosa tendo um de seus principais atores, Jerome Powell, protagonizando uma mudança de postura que gerou imensa alegria aos investidores globais. Em seguida, alternando entre mocinho e bandido, os figurões Donald Trump e Xi Jinping promoveram um drama que fez com que telespectadores ficassem tensos em seus assentos temendo o fim do mundo. Alguns não aguentaram a pressão, abandonaram o "cinema", e foram pra casa em busca de um cobertor "dourado". Boa parte do público, entretanto, pagou para ver até o fim.

E não é de se surpreender, nos aproximamos de um fim de 2019 de forma clássica, com tudo adequado a um script fadado a um final feliz.

Em meus devaneios, consigo imaginar uma bela festa organizada por Donald Trump em sua casa de Mar-a-Lago -- denominado pelo próprio como a Casa Branca do sudeste americano - onde o sorridente anfitrião aperta a mão de seu nêmese chinês que se compromete em adquirir US$50 bilhões em produtos agrícolas dos EUA, praticamente garantindo um lindo final feliz para todos os fazendeiros dos estados de Iowa e de Wisconsin. A festa está repleta de figurões bebendo seus martinis e piña coladas embalados pela música do DJ Solomon (aqui refiro-me a David Solomon, Chairman da Goldman Sachs que, nos seus tempos vagos, é conhecido como DJ D-SOL). Solomon não está ali à toa. Na verdade, ele é um dos mais felizes da festa, pois a tal curva de juros deixou de estar invertida e há também uma promessa de ajuda de Trump em resolver o escândalo conhecido como 1MDB.

Propriedade de Donald Trump em Palm Beach, Florida, conhecida como Mar-a-Lago.

Mas, como sempre acontece, há também a presença daquele que está pronto para denunciar que tudo que ocorre ali não passa de uma farsa. Aquele que dirá que Trump só quer saber de sua reeleição, que Xi Jinping só quer saber de acalmar os ânimos dos chineses descontentes com sinais preocupantes de inflação. Contudo, o grupo dos céticos sabe que o momento é de festa e que a melhor coisa a ser feita é festejar como se estivéssemos em 1999.

Marink Martins

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