Uma coisa é a sala de aula, outra coisa é a vida
Sabe-se que a NECESSIDADE é a mãe da criatividade. O APRENDER parece ganhar mais força quando acompanhado da NECESSIDADE.
Faço esta reflexão, pois, ainda que tenho estudado diversos conceitos ao longo da minha vida acadêmica, o aprendizado parece se instaurar em momentos em que o conceito se faz presente em meio a necessidade. Seja esta necessidade de crescimento econômico pessoal (na vitória/derrota associada a um "trade") ou, até mesmo, de exibicionismo.
Escrevo tudo isso, pois só agora consegui entender algumas nuances deste mundo dominado por um processo de reciclagem de dólares. E o que dizer deste ciclo de queda de juros que irá se iniciar nos EUA?
A imagem acima nos mostra a performance do S&P 500 no ano subsequente ao início de um ciclo de cortes da taxa de juros ("Fed Funds"). Como podemos observar, a interpretação destes ciclos não é nada trivial. Na verdade é repleto de nuances. Explorei este tema no áudio matinal do MyVOL na manhã da terça-feira.
O fato é que um ciclo de cortes de juros não traz garantia alguma de continuidade de um "Bull Market". Muito pelo contrário. Os anos de 2001 e 2007 se provaram bem desafiadores para o mercado de ações.
Assim, pensando na importância do dólar no mundo e no processo de reciclagem global, vale relembrar os 3 principais preços de acordo com a casa de pesquisa Gavekal:
- O preço relativo do dólar
- O preço (custo) do dinheiro -- utilizando aqui como parâmetro o preço/taxa dos "treasuries" de 10 anos.
- O preço do barril de petróleo (como um imposto global em uma economia onde 80% da energia consumida ainda está associada ao uso de combustíveis fósseis).
Esta engrenagem global -- baseada em um processo de reciclagem de dólares nos EUA -- está sob ataque. Há sempre a possibilidade de se reinventar. No dia 15 de agosto de 1971, Nixon deu uma canetada na qual desvinculou o valor do dólar do preço do ouro. Seu ministro das finanças, John Connally, disse ao mundo: o dólar é a nossa moeda e vocês que se virem!
Demorou! Após um pouco mais de 50 anos, o mundo começou a se mexer... os efeitos serão sentidos através da volatilidade cambial que aos poucos começa a crescer e contaminar todos os outros ativos globais.
Aqui no MyVOL iremos acompanhar todo este processo de perto. Vamos juntos!
Marink Martins