1929 e a Hipótese Mãe!

12/11/2025

Você se lembra da HIPÓTESE MÃE presente aqui no MyVOL?

Bem, antes de reiterá-la, compartilho com você este comentário feito por Ben Carlson a respeito da possibilidade da ocorrência de um CRASH na bolsa americana nos moldes do ocorrido em 1929.

O tema 1929 voltou com tudo. Andrew Ross Sorkin, comentarista da CNBC, autor do livro "Too Big Too Fail" e uma das pessoas por trás da série BILLIONS, publicou seu mais recente livro cujo título é 1929.


Leia o artigo escrito por Ben Carlson e, em seguida, ouça meu comentário "em áudio" mais abaixo:


O New York Times publicou um artigo de opinião com um alerta provocante:

"We could be heading for another 1929 peak." (Podemos estar caminhando para um novo pico de 1929.)

E as semelhanças entre os anos 1920 e os anos 2020 são, de fato, numerosas — e um tanto sombrias.

💫 Na década de 1920, a economia americana prosperava logo após uma pandemia mortal — a gripe de 1918.

Os americanos gastavam à vontade usando planos de parcelamento, o embrião do atual "buy now, pay later" (compre agora, pague depois) que vemos nos checkouts online.

E o dinheiro fluía para investimentos especulativos.

Na época, as ações de montadoras e companhias telefônicas eram o que hoje são Tesla e Apple: os "tech stocks" da moda.

📉 As taxas de juros giravam em torno de 5%, como hoje.

E, assim como hoje, as massas se aproveitaram do crédito fácil e das corretoras populares para especular em bolsa.

Um editor do New York Times, em 1929, citou um especialista financeiro que falava sobre o

"huge army that daily gambles in the stock market" (enorme exército que aposta diariamente na bolsa)

— e observou que isso já incluía

"the woman nonprofessional speculator" (a mulher especuladora amadora),

cuja fatia do volume negociado teria saltado de menos de 2% para 35%.

💥 O resultado?

Entre 1919 e 1929, o mercado subiu mais de seis vezes — ritmo que, curiosamente, o mercado atual superou nos últimos três anos.

📘 O colunista encerra dizendo:

"I just finished Andrew Ross Sorkin's new book 1929. It is scary how eerily similar investor behavior is — speculation, the rise of retail investors, leverage, innovation, euphoria..."

(Assustador como o comportamento dos investidores de hoje se parece com o de 1929 — especulação, euforia, alavancagem...)

Tudo isso culminou na maior queda da história da bolsa americana.

Será que estamos prestes a reviver aquilo?

🤔 Never say never... (Nunca diga nunca...)

Mas vivemos em um mundo completamente diferente.

⚙️ Por que 1929 dificilmente se repetiria:

👉 Hoje há regras.

Grande parte das leis bancárias, normas de mercado e programas de assistência foram criados justamente como resposta à Grande Depressão.

Naquela época, era o Velho Oeste.

Não existia SEC.

Não existia seguro do FDIC.

Não existiam circuit breakers.

Nem regras de margem.

Nem dados econômicos em tempo real.

Grandes players manipulavam preços.

Havia insider trading.

E o Fed não atuava como lender of last resort (emprestador de última instância).

Quem perdia o emprego, perdia tudo.

Não havia seguro-desemprego nem Seguridade Social.

Hoje, temos tudo isso.

E ainda dispomos de política fiscal e monetária para suavizar choques.

📈 O mercado de ações é muito mais relevante hoje

No livro The Great Crash 1929, John Kenneth Galbraith cita um dado marcante:

"Only one and a half million people, out of a population of 120 million, had an active association of any sort with the stock market."

(Apenas um milhão e meio de pessoas, em uma população de 120 milhões, participava da bolsa de alguma forma.)

Ou seja, apenas 1% a 2% da população investia em ações.

Desses, cerca de 600 mil usavam margem para alavancar posições.

Hoje, dois terços dos lares americanos possuem alguma exposição à bolsa.

As pessoas dependem do mercado para aposentadoria e segurança financeira.

Empresas remuneram seus funcionários com ações.

💸 O mercado de capitais é muito mais importante em 2025 do que era em 1929.

E nenhum formulador de política — nem os ricos e poderosos — permitirá um colapso de 86%.

"It would lead to anarchy." (Isso levaria à anarquia.)

🧠 A diferença está no aprendizado

Galbraith escreveu:

"The Federal Reserve Board in those times was a body of startling incompetence."

(O Fed, à época, era um órgão de incompetência chocante.)

Naquela época, tanto republicanos quanto democratas acreditavam que o governo deveria equilibrar o orçamento — em plena depressão!

A crise de 2008 não virou uma nova Grande Depressão porque o Fed estudou a de 1929.

A crise de 2020 não virou algo pior porque havíamos aprendido com 2008.

😱 E se acontecesse de novo?

Após o crash de 1929 veio a Grande Depressão, que durou uma década:

"In 1933, GNP was nearly a third less than in 1929... Thirteen million were out of work... one in every four in the labor force."

(Em 1933, o PIB era quase um terço menor que em 1929... 13 milhões de desempregados... um em cada quatro trabalhadores.)

Hoje, isso seria impensável.

"No way! We would throw so much monetary and fiscal policy at a slowdown of that magnitude that it would never go that long."

(De jeito nenhum! Jogaríamos tanta política monetária e fiscal em cima disso que não duraria tanto.)

Claro — ainda teremos bear markets, crashes, crises financeiras.

Somos humanos, afinal.

Mas outra Great Depression?

"I don't see how it's possible short of an alien attack." (Só se fosse com uma invasão alienígena.) 👽


Ouça o áudio abaixo:

Marink Martins

www.myvol.com.br