As crises sempre surpreendem

06/03/2020

A expressão "não há nada tão ruim que não possa piorar" vem sempre à tona em momentos de crise. Embora o assinante MyVOL venha sendo prontamente avisado dos riscos presentes nos mercados, na hora da queda é sempre muito difícil de resistir a tentação de achar uma barganha.
No caso das ações da Petrobras, em particular, poucos imaginavam vê-las novamente no patamar de R$23,00. Contudo, a falta de acordo entre os membros da OPEP contribui para um cenário um tanto assustador. Observe no quadro abaixo o preço das ações de algumas petrolíferas americanas logo após o anúncio de não-acordo fora divulgado na mídia financeira:

O investidor deve entender que a Petrobras, apesar do desinvestimento em curso, ainda é uma empresa bem endividada. Além disso, a volatilidade dos contratos de opções associados a PETR4 ainda não negocia em um patamar associado a risco extremo. Sendo assim, embora não seja o meu cenário base, alerto os clientes que é possível vermos uma deterioração ainda maior no preço das ações da empresa. 
O momento é difícil e já passei por isso algumas vezes ao longo da minha carreira. Contudo, ainda observo um elevado nível de complacência no mercado; em particular, no mercado americano que, apesar da queda, retornou para os mesmos patamares vistos em outubro de 2019. Por lá, ainda há bastante espaço para deterioração. As autoridades, entretanto, lutam como podem, injetando liquidez, embarcando em estímulos fiscais, e buscando passar uma mensagem positiva para o mercado. Caminhe com cuidado.


Marink Martins 

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