Cash is King - a escassez de dólares no mundo

19/03/2020

O mundo vive uma escassez de dólares similar aquela ocorrida em 2008 durante as semanas que sucederam a falência da Lehman Brothers, os problemas da AIG e dos demais bancos globais. Os principais países desenvolvidos não hesitam em lançar mão de diversas iniciativas heterodoxas objetivando atenuar o colapso na velocidade da circulação do dinheiro.

Contudo, há um agravante neste momento: o líder da principal economia global não parece ser fã da globalização. Trump se elegeu com o compromisso de priorizar as questões nacionais, seguindo os lemas "America First" e "Make America Great Again".

Neste momento temos um fenômeno global conhecido como "Missed Payments", que, de forma mais direta, pode ser traduzido como um grande calote global. Com as economias em estado de choque as pessoas pararam de consumir provocando estresse no caixa de diversas empresas ao redor do mundo. Tais empresas, por sua vez, colocam pressão nos bancos locais, que colocam pressão nos bancos nacionais, e por aí vai. 

Em 2008, este fenômeno ocorreu de forma intensa durante os meses de setembro e outubro. Em novembro, entretanto, o governo americano passou a prover linhas de swaps para países emergentes e boa parte do estresse cambial foi atenuado.

Sendo assim, temos agora um potencial catalisador que poderá estancar a derrocada vista nos ativos brasileiros e em outros ativos emergentes. Como podemos ver nos gráficos abaixo, o EWZ - referência para os ativos de renda variável brasileiro no exterior - caiu bem mais do que os ETFs correspondentes de seus concorrentes.

Já no gráfico abaixo, observamos que no dia 29 de outubro de 2008 - momento em que linhas de swap foram estabelecidas para países emergentes - o problema da escassez de dólar foi resolvido em questão de semanas. Será que o mesmo irá ocorrer nesta crise? 


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Marink Martins


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