Choque de Impérios - versão traduzida

Segue a versão completa do livro CLASH OF EMPIRES, de Louis-Vincent Gave e Charles Gave, que acabo de traduzir. E o livro chega a você em um momento mais que propício; um momento em que as negociações sino-americanas enfrentam enormes dificuldades.
O nível de incerteza é crescente. Não devemos descartar a possibilidade de que os chineses paguem para ver e decidam esperar por um novo governo que assumirá em 2021.
O que realmente importa é que qualquer que seja o cenário, é bem provável vermos mais volatilidade em dois dos principais preços na economia global:
- no dólar (medido pelo DXY) e
- na taxa de juros (medida pelos títulos de 10 anos dos EUA)
Para complementar, compartilho com você a minha crítica a Trump tomando como base a linha de pensamento traçada por Louis e Charles no livro Clash of Empires:
Quando um americano compra um carro alemão ele entrega seus dólares mas fica com o carro.
Não há perda nesta operação.
O discurso trumpiano que diz que os chineses estão extorquindo os americanos -- no que tange a balança comercial -- é populismo puro!
Observe que o país detentor da reserva de valor global (o dólar) precisa incorrer em déficits em conta corrente. Caso contrário, o resto mundo terá que conviver com uma escassez de dólares. Boa parte destes dólares retorna aos EUA e contribui para manter o custo de capital das empresas americanas em um nível baixíssimo. Isso é certamente uma situação invejável, desfrutada somente pelos americanos.
Dito isso, devemos reconhecer que a conduta chinesa é extremamente problemática no que diz respeito a violação de propriedade intelectual, manipulação cambial e em outros quesitos.
Com a campanha presidencial de 2020 começando a esquentar, Trump enfrenta o seguinte dilema:
# Se posicionar como aquele que fez muito pela economia, e uma prova disso é a valorização das ações (S&P 500). e/ou
# Se posicionar como aquele que colocou de joelhos os chineses e os iranianos.
A cada dia que passa estas alternativas que, em um momento, eram independentes, estão caminhando para se tornar mutuamente excludentes.
Marink Martins