Como deve ficar o spread ON/PN da Petrobras após a venda do BNDES?
Considero que a operação de venda de ações ordinárias da Petrobras feita pelo BNDES foi um sucesso.
O preço da venda foi determinado ontem, em R$30 por ON, em um processo conhecido como "book buiding" onde investidores institucionais apresentaram ofertas de compras a diversos níveis de preço. Coube ao coordenador do processo de venda, o Banco Credit Suisse, determinar tal preço com base nas leis da oferta e da procura.
Vale destacar que a liquidação financeira para esta operação ocorre na próxima segunda-feira, dia 10/2. Sendo assim, é possível que investidores tenham que vender outros ativos para fazer caixa para honrar com suas obrigações perante a oferta de ações supramencionada. Tal evento poderá provocar uma volatilidade na bolsa análoga aquela vista em dias de mudanças na carteira MSCI.
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Um outro fator importante diz respeito a relação entre as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras. Historicamente, estas duas classes negociam de forma que o preço da ON tem um ágio sobre o preço da PN. As razões para isso não são óbvias, mas há quem atribua tal prêmio a uma preferência dos investidores estrangeiros por ações ordinárias. Vale destacar que ambas, historicamente, contam com a mesma distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio.

Mas, deixando as razões do ágio de lado, compartilho com você que a minha expectativa é de que tal "spread" se alargue. Isto é, acredito que a Petrobras ON se valorize em relação a PN por alguns motivos:
- Reversão à média: O ágio médio estava por volta de 12% a favor da ON. Recentemente, entretanto, tal ágio colapsou para 7%.
- Maior liquidez nos ADRs associados a ON: com mais US$4 bi em ações circulando em NY, o prêmio associado a liquidez tende a ser ainda maior.
Por essas razões e outras, acredito que hoje devemos ter um dia de alta volatilidade na B3.
Marink Martins