Como está a sua exposição à volatilidade?

06/02/2019

Há quem diga que a diversificação é o único almoço grátis disponível no mercado.

Uma carteira de ações bem diversificada tende a oferecer uma melhor relação de risco/retorno uma vez que sua composição leva em consideração o nível de correlação entre as partes. Em tese, tal carteira deve ser composta por ativos não-correlacionados de forma que, em um determinado momento, a adversidade enfrentada por uma empresa é compensada por momentos mais favoráveis para outra.

Nos últimos anos, entretanto, os mercados vêm sendo impactados por diversas forças que, em conjunto, alteram tais princípios básicos de gestão de carteiras de uma forma ainda não muito bem compreendida.

Aqui me refiro a mudanças estruturais resultantes dos esforços dos bancos centrais para reverter o que poderia ter se tornado uma grande depressão econômica em 2008. Excesso de liquidez, excesso de endividamento por parte dos governos e empresas, mudanças demográficas, crescimento expressivo do mercado de ETFs - são alguns dos fatores apontados como causa de uma mudança estrutural vista nos mercados.

Sendo assim, o que observamos hoje em dia é um mercado em que, em momentos de estresse, todos os ativos de uma carteira tornam-se extremamente correlacionados.

Não é à toa que muitos renomados gestores performaram tão mal ao longo do ano de 2018.

Em fevereiro de 2018, quando a volatilidade nos mercados explodiu, todos os ativos sofreram em conjunto - aqui estou falando de ações, renda fixa, commodities e outros.

Uma forma de se adaptar a este novo mundo requer enxergar os ativos de uma forma mais simplória, considerando que só existe uma única classe de ativos - a volatilidade.

Indo além, o investidor deve se perguntar se o preço de um determinado ativo se beneficia ou se degrada diante de um eventual salto na volatilidade.

Observe que quase a totalidade dos ativos e estratégias existentes estão expostas negativamente à volatilidade.

Se você está comprado em ações do setor bancário, saiba que está exposto à volatilidade. Tais ativos se beneficiam da manutenção do status quo.

Dito isso tudo e buscando prover o leitor com alguma solução, afirmo que neste novo mundo a forma mais eficiente e mais direta de buscar proteção é através da incorporação de contratos de opções de compra e de venda em seus portfolios.

Vou precisar um pouco mais de espaço para explicar melhor essas ideias. De qualquer forma, o importante neste momento é que o investidor saiba que o estudo de correlações com base no comportamento histórico de preços não provê uma boa defesa para sua carteira de ações.

Marink Martins

www.myvol.com.br