Balança a roseira!

10/01/2019

Nos últimos dois Insights de Mercado publicados aqui no MyVOL busquei passar ao leitor a minha expectativa de uma pausa neste "rally" que se iniciou no natal e que vem representando um belo início de ano para os comprados.

Tal expectativa estava baseada não só em dados técnicos - "o brigado patamar de 2.580/2.590 pontos no índice S&P 500 - mas também no fato de que a percepção de um FED mais flexível, "market-friendly", já havia sido plenamente digerida pelos agentes e refletida nos preços.

Paralelamente, as negociações entre EUA e China, no que diz respeito a guerra comercial, pareciam caminhar de forma tranquila e construtiva.

Em uma semana, a relação Preço/Lucro projetada para o índice S&P 500 pulou de 14x para 15x, refletindo a apreciação de 10% registrada pelas principais ações norte-americanas.

Além disso, o preço do petróleo mostrou um poder de recuperação ainda mais expressivo.

Por aqui, expectativas de uma reforma da previdência mais agressiva e ganhos potenciais de um eventual acordo entre a União e a Petrobras no que diz respeito a Cessão Onerosa já pareciam estar precificados pelo mercado.

Por tudo isso, tivemos nos últimos dias a formação de um "céu de brigadeiro" que, historicamente, sempre representou um risco de um possível "pull-back" nos mercados.

Observe que um cético como eu é naturalmente dominado por sentimentos de reversão à média. Logo vem a pergunta: será que todo aquele pânico na véspera do natal foi, de fato, um "market glitch" como definiu Trump? Sei não...

Acho que chegamos a hora de uma pequena "balançada na roseira", alinhada com uma postura mais tática. Traders devem aproveitar movimentos de alta para embolsar ganhos cientes de que o nível de incerteza presente nos mercados é elevado o suficiente para que uma nova oportunidade de entrada surja nos próximos dias.

Há quem diga que o ano novo começou no natal! Eu já acho que ainda estamos vivendo os problemas de 2018. Estou esperando por uma solução para a paralisação do governo americano e uma maior visibilidade quanto ao eventual acordo entre EUA e China para de fato entrar em 2019.

Marink Martins

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