Em meio à euforia, o que esperar do FED?

10/06/2020

Hoje é aquele dia em que os mercados perdem velocidade por volta das 13hrs à espera do que o presidente do mais importante Banco Central do mundo irá falar.

Há quem especule que Jerome Powell poderá buscar passar um tom de cautela buscando frear o movimento especulativo que domina Wall Street e que poderá, eventualmente, desestabilizar os mercados. Aqueles que estão neste campo se referem ao que é conhecido, em inglês, como "financial stability concerns" como algo que poderá frustrar o ímpeto altista que alçou nesta terça-feira o índice Nasdaq para acima dos 10.000 pontos.

Contudo, os estrategistas da Gavekal atribuem uma baixíssima probabilidade de que Powell irá "jogar água no chopp" dos comprados.

Está certo que a especulação que se faz presente nos faz lembrar do ano de 1999 -- época da bolha associada as empresas da internet. Hoje, os especuladores, confiantes de que o FED não os deixarão na mão, vem comprando ações de tudo que é empresa, até mesmo de empresas em processo de recuperação judicial, como é o caso da locadora de veículos Hertz.

Dito isso, os estrategistas nos informam que Jerome Powell já deixou claro que prefere errar pelo excesso. Isso não só é válido no que diz respeito a aceitar que a inflação possa, com o tempo, vir um pouco acima da meta, mas também aceitar que especular faz parte do mercado.

Vale lembrar que o FED continua a injetar liquidez nos mercados, embora em um ritmo bem inferior aquele registrado durante o mês de março. O gráfico abaixo nos mostra as variações mensais nos ativos do FED. Observe como o volume de recursos injetado na economia em março foi bem superior ao registrado ao redor da grande crise financeira de 2008.

Além disso, há indícios de que um novo pacote fiscal está para sair.

Tudo isso vem contribuindo para que os preços fiquem cada vez mais salgados. Não podemos esquecer que estamos em um ano de eleição e que o populismo vem ganhando tração no hemisfério norte.

Sendo assim, em se tratando do Nasdaq, a máxima de hoje tende a ser a mínima de amanhã, e por aí vai, até que algum evento catalisador interrompa a festa.

Marink Martins

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