Escapando de enrascadas no mercado (Parte 3)

11/07/2019

Um dia após ter apresentado a vocês os argumentos de Louis-Vincent Gave a respeito de como a recente valorização das ações das empresas de tecnologia americanas aponta para um período de retornos de declinantes para o setor, temos hoje o anúncio de que o congresso francês aprovou uma tarifa de 3% sobre as receitas de empresas como a Google, a Amazon e a Facebook. Tal imposto está sendo chamado de "Digital Tax" e posso apostar que não deverá demorar muito para que tal ideia ganhe espaço nas campanhas presidenciais norte-americanas.

Trump certamente não gostou. Chegou até a ordenar uma investigação a respeito do tema. Afinal, o imposto francês incide sobre a receita de aproximadamente 30 empresas; sendo que a maioria é norte-americana.

"Adding insult to injury" (Para piorar as tensões entre os europeus e americanos), os europeus estão engajados em lançar a INSTEX, uma alternativa a câmera de liquidação de operações internacionais capitaneada pelos Estados Unidos. Através da Instex, os europeus poderão fazer negócios diretamente com os iranianos sem que o tesouro americano intervenha e multe as contrapartes.

Se isso tudo vai avançar eu juro que não sei, mas há sinais claros de que caminhamos de um mundo globalizado para um cada vez mais fragmentado como apropriadamente descrito por Louis. Neste novo mundo, há um risco geopolítico maior que suspeito que ainda não esteja refletido nos preços dos ativos.

Do ponto de vista prático, vale ressaltar que o investidor brasileiro pode apostar a favor/contra o índice S&P 500 + câmbio USD/BRL (aposta dupla) através do ETF IVVB11. Caso opte por apostar contra, coordene com a área de empréstimo de ações (BTC) da sua corretora. Na segunda-feira passada, a taxa de empréstimo de IVVB11 estava em 2,5% ao ano. 

Marink Martins

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