It’s all about J-O-B-S!

13/09/2019

por Mariana Ratão

Ontem acompanhamos o debate democrata transmitido pela ABC News. O ex vice presidente Biden, a senadora Warren e o senador Sanders representam escolhas mais prováveis a nomeação, por serem exatamente a velha guarda do partido democrata - o primeiro ao centro e os dois últimos mais à esquerda. Kamala Harris é a próxima concorrente, pois é a mais aceita entre os eleitores dos últimos colocados.

Sempre é um prazer acompanhar as prévias tanto democratas quanto republicanas - um saudável exercício de diversidade e democracia, onde observamos candidatos do mesmo espectro político se digladiando em temas que concordam.

O grande tema foi: Trump! Além de Trump: saúde, dívidas estudantis, controle de armas, educação, racismo, sistema prisional, veteranos...temas frequentes nos debates democratas.

Joe Biden foi o mais atacado, principalmente na questão das deportações de imigrantes ilegais na gestão Obama. Mas saiu vencedor em comparação a Sanders e Warren. O maior perigo, na minha opinião, é Kamala Harris. Centrista como Biden, muito assertiva em suas colocações - além de ser mulher e negra, o que lhe renderá maior proporção de votos nestas camadas.

Pontos preocupantes: falas como "todo que concordar com as medidas de Trump é um racista", "socialismo democrático", "perdão de todas as dívidas estudantis", "mais impostos". A primeira colocação (em tom de deboche ao eleitor de Trump) certamente não é uma boa estratégia - lembram do "deplorables" de Hillary? Sabemos o resultado.

Os democratas conseguirão realmente vencer a retórica trumpiana? Por mais que as políticas identitárias sejam apelativas ao emocional do eleitorado, o racional pensa em compasso ao bolso. O mundo poderia ser cor de rosa, onde ideias são mais importantes... mas a rejeição do eleitorado por um partido ou candidato de situação que lhe "tirou o emprego" é avassaladora.

Sustento aqui a tese de que será uma enorme dificuldade para a oposição galgar vitórias em meio ao cenário de baixo desemprego encontrado na gestão Trump. E a mesma tese sustento por aqui - a presidente Dilma, ao meu ver, apesar dos erros que já conhecemos, foi "demitida" pelo Congresso por consequência do desemprego ultrapassar os dois dígitos - e a situação se tornou politicamente insustentável.

Logo, lembrando que em nosso país a desigualdade é maior e o fator emprego é a diferença entre a bonança e a miséria, o presidente Bolsonaro, apesar de suas escorregadas verbais, pode dormir mais tranquilo caso o trio Campos Neto-Salim-Guedes desempenhe um bom trabalho.

Já é possível imaginar o debate entre Trump e Biden: Biden irá dizer que Trump não possui estratégia, que ele é mal educado, e tudo mais...até Trump responder: JOBS, JOBS, JOBS! Neste momento, o adversário mais complicado para Trump seria, para mim, Bernie Sanders, que tem seu discurso e histórico focado em trabalhadores - e um extenso fã clube na população mais engajada (estudantes universitários).

Sabemos que as probabilidades eleitorais são como jogar no preto e vermelho. Só não deixe seu amor ou desgosto por certos políticos afetar seu preto e vermelho no mercado - melhor apostar uma caixa de cerveja entre amigos. A minha caixa de Heineken está apostando na vitória de Trump. E a de vocês?

Um ótimo final de semana a todos!

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