Jim Cramer´s fantasy portfolio
Em um mercado financeiro dominado por jovens, adoro destacar a sabedoria do veterano norte-americano Jim Cramer, âncora do programa Mad Money da CNBC. Se Cramer fosse brasileiro provavelmente estaria administrando sua própria grana em uma gestora no Leblon sem nos agraciar com seus valiosos insights do dia a dia.
Em 2016, a caminho de SP junto ao atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, conversamos a respeito da importância de Jim Cramer para os mercados. Roberto revelou que lutou para ter um espaço em seu programa. Quando conseguiu, disse que a fala positiva do locutor a respeito da Vale (o executivo foi diretor de RI da Vale por muitos anos) contribuiu para que as ações da empresa se valorizassem 7% em um único dia. Um outro tema discutido com o executivo dizia respeito a idade dos executivos atuando no mercado financeiro brasileiro. Dizia ele que enquanto é comum a presença de executivos com mais de 55 anos no mundo desenvolvido, por aqui o mercado parece ser exclusivo para os jovens traders e analistas.
Considero este tema da idade interessante pois Jim Cramer, com 64 anos, parece cada vez mais antenado com tudo que está acontecendo.
Observe que ele se destacou no último ano voltando a ser um dos maiores críticos a posição do FED. Após o fatídico comentário de Jerome Powell no dia 3/outubro/2018 - aquele em que o Chairman disse que o FED estava distante da taxa neutra na economia - foi Cramer quem se destacou apontando para a decisão como um enorme equívoco. Sua crítica fez tanto barulho que mereceu recentemente um tweet de ninguém menos do que Donald Trump reconhecendo sua liderança neste processo de alinhamento quanto às expectativas relacionadas a política monetária.
Feita a minha propaganda promovendo o famoso locutor, aproveito este comentário para compartilhar uma carteira recentemente recomendada por ele. Aproveitando que é época de "draft" no futebol americano, Cramer criou uma carteira com 11 empresas que ele julga serem resilientes o suficiente para enfrentar um período de maiores incertezas globais.

Para o investidor brasileiro julgo ser importante conhecer cada uma delas pois algumas representam novas tendências globais. Algumas são velhas conhecidas como a Microsoft, a Apple e a Amazon. Mais importante, porém, é entender os temas que estão por trás das diversas teses de investimentos. Nesta carteira o locutor enfatiza o seguinte:
- Infraestrutura para computação em nuvem (Amazon e Microsoft),
- Sistemas de suporte a empresas e clientes (Salesforce e Servicenow),
- Varejo digital (Target, Shopify),
- Infraestrutura para streaming (Roku),
- Segurança cybernética (Okta)
Em destaque também, alternativas defensivas como empresas geradoras de caixa como a Apple e a T-mobile, e uma aposta na mineradora de ouro (Barrick Gold) caso a inflação resolva mostrar a sua cara.
Marink Martins