mea culpa e as 9 perguntas de Howard Marks

19/06/2019

Esta terça-feira foi dia de RISK-ON aqui e mundo afora. Se você tem tido tempo de acompanhar os meus comentários já sabe que estou com a maior dor de cabeça! Continuo pessimista, porém atento ao fato de que um eventual acordo entre Trump e Xi Jinping poderá impulsionar os mercados para novas máximas. Mesmo assim, mantenho a minha aposta de mãos dadas com os estrategistas da Gavekal que atribuem 80% de chance para um cenário de frustração na reunião do G20. Jim Cramer é outro que se mantém cético. 

E mudando o foco para o mercado doméstico...De forma análoga, caso haja grande interesse pelas ações ordinárias de Petrobras ofertadas pela Caixa Econômica, é possível que a ação da empresa retome a tendência altista vista no período que antecedeu a intervenção do governo Bolsonaro na política de preços da empresa. Aqui, opto por me manter cauteloso diante da possibilidade de que o elevado volume na venda irá colocar uma maior pressão nos preços das ações da empresa - tanto nas ON como nas PN.

Dito isso, caso você venha surfando esta onda altista nos mercados, não quero aqui te convencer do contrário. A verdade é que a sinalização dada por Trump no que diz respeito a reunião em Osaka assim como os comentários de Mario Draghi indicando uma maior acomodação por parte do BCE podem fazer com que a festa continue. Tudo depende da chancela de Jerome Powell nesta tarde.

E agora, deixe eu compartilhar um pouco sobre os comentários feitos pelo gestor Howard Marks, da Oaktree Capital Management, em seu mais recente texto enviado a clientes.

Howard Marks, fundador da gestora Oaktree Capital Management

Marks começa fazendo a referência a um texto escrito por Anise C. Wallace no New York Times no dia 11 de outubro de 1987. Neste texto, que foi publicado 8 dias antes do infame "Black Monday" (segunda-feira negra onde o índice Dow Jones Industrial caiu 22% em um único dia), a autora nos chama atenção sobre a frequência em que a expressão "This time is different" era utilizada na época. E é justamente sobre este tema que o famoso gestor buscou explorar em sua análise.

Howard Marks questiona os seguintes temas buscando identificar se estamos diante de uma mudança de paradigma:

(Observe que o gestor afirma que as questões/afirmações abaixo são as mais discutidas em reuniões em que ele participa. Diz ele, entretanto, que para que tais afirmações sejam verdadeiras é necessário que a afirmação - "This time is different this time" - de fato, se aplique a cada uma delas.)


  • "There doesn´t have to be a recession" (Não é mais necessário a ocorrência de recessões).
  • "Continuous quantitative easing can lead to permanent prosperity" (algo tipo: é só estimular a economia através de políticas monetárias expansionistas e o futuro estará garantido)
  • "Federal deficits can grow substantially larger without becoming problematic." (aqui a tal da teoria monetária moderna que diz que, se você é detentor da reserva de valor global - o dólar - não há limites para o endividamento)
  • "National debt isn´t worrisome". Análogo ao descrito no item 3.
  • "We can have economic strength without inflation". É possível ter uma economia "bombando" sem que haja pressões inflacionárias.
  • "Interest rates can remain "lower for longer". (a taxa de juros poderá ficar em um patamar relativamente baixo por um longo período).
  • "The inverted yield curve needn´t have negative implications" (não há mal algum em ter uma curva de juros invertida).
  • "Companies and stocks can thrive even in the absence of profits." (Não é necessário ser uma empresa lucrativa para se obter sucesso nos mercados)
  • "Growth investing can continue to outperform value investing in perpetuity" (esqueça empresas "descontadas"; o Mercado só quer saber de empresas de crescimento elevado independente de sua lucratividade).

Howard Marks explora cada afirmação em seu texto de 13 páginas. Caso você deseja acessar o texto completo, clique no botão abaixo:


Marink Martins

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