O despertar em uma nova era

"Bull Markets são como Benjamin Button -- nascem digerindo problemas antigos e caminham para a jovialidade",
MyVOL Thunder & Wonder
No que diz respeito a Bull Markets, eu continuo sendo apenas um analista apaixonado. Nunca surfei um deles do ponto de vista direcional.
Entendo um Bull Market assim como entendo a "Esquerda de Pavones" — praia mítica no sul da Costa Rica. E olhe que fui até lá...
Com uma caminhonete pequena, atravessei rios em que a água batia no vidro lateral do carro. Pavones tem pedras traiçoeiras. As marés oscilam de forma imprevisível. Entrei, tentei, mas meu preparo físico não acompanhou o tamanho da "cabeçada". As esquerdas vinham longas — as mais longas da América do Sul.
No fim, me diverti mesmo foi nas marolas de Dominical, mais ao norte.
De volta ao mercado, também vi ondas longas — valorizações transformacionais em siderurgia e mineração.
Conheci um cara na velha corretora Theca que passou a vida comprando ações da Vale. Morreu cedo, um pouco antes do ten bagger de sua querida empresa. As filhas herdaram a maré cheia.
Outro, ao falar da Caemi, brincava: "ah, se eu tivesse entrado em coma e acordasse um ano e meio depois…" — lamentando ter vendido antes da alta de 8.000%.
Os Bull Markets são assim: mais difícil do que achar um bom cavalo é permanecer montado nele. Como disse o próprio Breda, do Alaska: "mais difícil do que achar a Magalu foi resistir à tentação e não vender ao longo do caminho."
Mas agora, algo diferente parece estar surgindo no horizonte.
O mundo está mudando de fase.
Entramos na Era da Coexistência — um tempo em que os EUA aprendem a respeitar a China como um igual, e em que Pequim usa seu domínio sobre metais críticos (as terras raras) como instrumento geopolítico.
Essa nova ordem multipolar, que força uma realocação global de capitais e cadeias produtivas, abre uma janela para mercados negligenciados.
E o Brasil, "cheap, hated, and already in an uptrend", pode muito bem ser o destino natural dessa nova onda.
Enquanto o mundo tenta entender o novo equilíbrio entre potências, há algo renascendo por aqui — silenciosamente, quase com vergonha.
Um Bull Market genuíno, talvez o primeiro de uma nova era.
E mesmo alguém que aprendeu a ganhar dinheiro apenas com dynamic hedging, arbitragem e carry trade, não pode deixar de sentir:
Benjamin Button está saindo para uma corridinha.
It is happening.
— Marink
