O "hat trick" americano

05/07/2021

Dá-se o nome de "hat-trick" ao evento em que um jogador marca três gols em uma partida. Na sexta-feira, os três principais índices bursáteis dos EUA -- S&P 500, DJIA, e Nasdaq -- fecharam nas máximas, registrando mais um recorde histórico.

 
Curiosamente, as ações americanas -- turbinadas pela recuperação das ações de tecnologia -- "surfaram" uma impressionante onda de valorização que se iniciou na segunda-feira subsequente ao vencimento quádruplo ocorrido no dia 18/6. De lá para cá o índice S&P 500 recuperou os 100 pontos perdidos devido a tensões envolvendo o FED e colocou mais 100 pontos de vantagem; atingindo 4.350 pontos na última sexta-feira. Tudo isso na véspera de um dos feriados mais celebrados na cultura americana -- o feriado da independência do país.


Aqueles que me acompanham por aqui sabem que eu certamente não esperava por tamanha exuberância ocorrendo por lá. Afinal, venho falando sobre a normalização da TGA, sobre gargalos portuários na China, sobre o fim dos programas de transferência de renda nos EUA, e muitos outros. Será que os mercados ignoraram tudo isso? Certamente que não. Os mercados descontam tudo. Contudo, não é só de notícias que vivem os mercados. Em grande parte, o posicionamento dos agentes exerce uma maior influência do que outros fatores.

 
Dito isso, iniciamos mais uma semana de mercado -- com feriado nos EUA hoje e feriado na B3 na próxima sexta-feira -- que tende a ser um pouco mais volátil. Falo isso, não só por razões associadas a processos de reversão à média, mas também devido ao surgimento de novas tensões entre EUA e China, dentre outras preocupações. Na próxima segunda-feira, dia 12/7, uma divisão da SEC (CVM americana) denominada PCAOB irá se manifestar no que diz respeito à delistagem de empresas que não seguem os padrões de auditorias estabelecidos pela autarquia americana. Como consequência, há quem diga que tal evento deverá intensificar as tensões sino-americanas.


Marink Martins


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