O mundo acaba neste domingo, dia 21/06?

16/06/2020

Os seguidores do calendário maia reconheceram um erro de cálculo e recalcularam a data do fim do mundo para o próximo o domingo, dia 21/06. Essa é a data que marca o fim do calendário maia - a data original era de 21/12/2012. Por um outro lado, há um grupo de financistas que acredita que o mundo acaba a partir do momento em que os pagamentos extraordinários, feitos aos trabalhadores dispensados durante a pandemia, cessarem.

Mas, como já dizia o grande Ivan Sant'Anna: há coisas que não podem deixar de acontecer! Sendo assim, uma solução que evite o fim do mundo já está a caminho.

No que diz respeito ao calendário maia, eu aposto com quem quiser 1 milhão de dólares que o mundo não acaba no próximo domingo. Detalhe: liquidação em d+2!

Já no que tange os pagamentos extraordinários esses vieram para ficar. A tal renda básica universal chegou de vez, e irá nos acompanhar provavelmente por todas as nossas vidas.

Um sinal de que as instituições estão onipresentes foi visto ontem durante a virada ocorrida nos principais índices americanos. No meio do pregão o FED resolveu esquentar uma notícia já divulgada ao anunciar que irá comprar também títulos emitidos por corporações. Bem, tal notícia não era uma novidade para aqueles que leram o comunicado feito há algumas semanas em que a instituição anunciara a intenção de comprar títulos de renda fixa corporativos via ETFs. Mesmo assim, os mercados reagiram e viraram para  a alta de forma agressiva.

Contribuindo para o otimismo está também a expectativa de que o tesouro dos EUA embarcará em uma nova onda de estímulos. Estamos falando de trilhões de dólares que provavelmente serão financiados indiretamente pelo FED, uma vez que os estrangeiros não parecem mostrar apetite por tais ativos.

O mercado brasileiro seguiu no mesmo ritmo em um dia marcado pela precificação da emissão de ações da Via Varejo. A varejista brasileira captou 4,5 bilhões de reais através de uma emissão de 297 milhões de ações ao preço de 15 reais/ação.


Confesso que estou surpreso com a virada de humor registrada na bolsa local. Digo isso, pois sou do tempo em que emissões de ações normalmente resultavam em um recuo no preço das ações existentes. No caso da Via Varejo isso não ocorreu. O mercado, mesmo já sabendo dos planos da empresa de captar recursos via emissão de ações, promoveu um aumento no preço das ações de R$9 para os atuais R$15,62.

Suspeito que se trata de um amor platônico entre os novos investidores da B3 e o varejo digital brasileiro. Como todo amor platônico, este também é um amor idealizado tendo como ideal uma expectativa de valorização similar aquela ocorrida com as ações da Amazon ou mesmo com o ocorrido por aqui com as ações da Magalu.

Para essa e outras dúvidas necessitamos de tempo. Contudo, se tratando de 2020 - o ano da turbulência - é provável que uma resposta venha em meses, ou até mesmo em semanas, ao invés de prazos mais longos associados a materialização de teses de investimentos.

Marink Martins

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