O próximo passo do "mão forte"

18/02/2021

No dia 9 de fevereiro, em texto cujo título foi "O mais bizarro dos mercados" escrevi o seguinte:

"E no curto prazo, há fortes indícios de que os "mãos fortes" do momento são os "market makers" que venderam lotes de opções aos afoitos nas últimas semanas. Conforme observamos, o VIX despencou de uma forma avassaladora.
Sendo assim, há sinais de que os mercados deverão oscilar pouco até o dia 19/2. A data se refere ao vencimento semanal das opções nos EUA."

E não é que, em se tratando do índice S&P 500, os mercados apresentaram baixíssima oscilação nos últimos dez dias. (ver gráfico abaixo dos últimos 10 dias)

Após uma arrancada que levou o índice para o patamar de 3.900 pontos, o índice oscilou com baixíssima amplitude, registrando uma volatilidade anualizada por volta de 15% -- bem abaixo daquela registrada pelo VIX. E o que isso quer dizer?

Bem, isso quer dizer que aqueles que venderam contratos de opções de compra ("CALLs") durante o período lucraram ao embolsar os prêmios.

Curiosamente, as partes integrantes do índice oscilaram bastante. As grandes empresas de tecnologia, como a Apple, registraram fortes baixas. Já os bancos, como o JP Morgan, se valorizaram de forma expressiva. Em suma, observamos um forte movimento de rotação setorial que, em muitos casos, é simplesmente extremamente conveniente ao "vendido" em opções.

Em textos anteriores já mencionei mais de uma vez como ações como Magalu, WEG, B3 - empresas com forte influência no IBOV - são utilizadas como ferramentas em um jogo em que o protagonismo é exercido pelo contrato futuro do IBOV vigente.

E, por falar em tal contrato futuro, ontem tivemos um vencimento por aqui. Um famoso banco estrangeiro foi destaque na compra, dando sustentação ao índice.

Na próxima segunda-feira teremos o vencimento de opções sobre ações na B3. O destaque certamente ficará por conta dos contratos associados à Petrobras. Ontem, vimos uma forte valorização no ativo. Contudo, penso que há indícios de que este recente ciclo de valorização visto nos EUA - capitaneado por bancos, small caps e energia - pode estar se aproximando de uma pausa.

Amanhã, dia 19/2, é a data de vencimento de opções nos EUA. Conforme mencionado naquele texto escrito no dia 9/2, esta é uma data em que a posição "gamma" dos market markers poderá mudar de forma significativa. A grande questão é: será que o varejo continuará a embarcar neste processo de compra desenfreada de contratos de opção de compra? Em algum momento eles certamente cansarão, pois a compra contínua de "CALLs" como uma atividade econômica é algo simplesmente insustentável.

Marink Martins

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