O risco de uma surpresa desagradável em outubro

27/08/2020

A casa de pesquisa Gavekal -- em vídeo publicado nesta manhã - explora a possibilidade de que as relações sino-americanas se deteriorem de forma acentuada nos próximos dois meses devido a uma maior presença militar americana no Mar do Sul da China.

Não é novidade que os americanos estão intensificando seus esforços de patrulhamento na região.

Conforme mencionei em um comentário feito aqui no início do mês: "os chineses ignoram uma decisão de 2016 das cortes internacionais que nega reivindicações chinesas associadas ao que é conhecido como "9 Dash Line", ou Linha das nove raias, que, em tese, confere ao país o direito exploratório do mar do sul da China."

Na opinião de um dos estrategistas da casa de pesquisa, o risco de um incidente na região (planejado ou não) cresce com a aproximação das eleições presidenciais nos EUA. Afinal, Trump optou por uma postura agressiva com relação a China.

No início de agosto tivemos um movimento super agressivo por parte dos americanos no que diz respeito a guerra comercial. Explorei este tema no episódio #119 do MyCAP Tendências Globais - Uma sentença de morte para a Huawei.

Há uma percepção por parte de analistas políticos de que quanto maior for a pressão imposta por Trump no que diz respeito a China, maior é a mobilização dos republicanos em prol de sua reeleição.

Contudo, sabe-se também quão dependente é o governo Trump do que é conhecido como o Efeito Riqueza. Falo aqui da correlação entre o índice de confiança do consumidor americano e a valorização vista no mercado de ações.

Ciente de que os temas explorados neste comentários são de natureza especulativa, julgo importante atribuirmos uma elevada probabilidade de que Trump deverá intensificar seus esforços para se reeleger de uma forma que, caso ele não tenha sucesso, ele não só deixará a Casa Branca meio "bagunçada", mas também, deixará os mercados convivendo com uma tremenda ressaca.

Marink Martins

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