O salto na correlaçao

29/01/2021

Dizem que, em momentos de crise, o único indicador que sobe é a correlação entre os componentes de um índice de bolsa. Embora não estejamos em uma crise neste momento, o salto no nível de correlação observado - tanto nos ativos brasileiros como nos americanos - indica que a probabilidade de que venhamos entrar em uma não é desprezível.

Acima, temos o gráfico desta correlação entre as ações das 50 maiores empresas do índice S&P 500 calculado pela CBOE. Observe que tal medida de correlação subiu em diversos momentos ao longo do último ano, sendo que, somente o primeiro salto (março-abril), de fato, representou uma crise.

Os outros saltos na correlação marcaram momentos de enorme incerteza. Em agosto, tivemos uma espécie de correria nas ações associadas a "growth". Você se lembra da história da tal "baleia" no mercado de opções de papéis listados no Nasdaq?

Pois é, o mercado sofreu no início de setembro. No fim de outubro, algo similar ocorreu em meio a receios relacionados à eleição americana. Os índices caíram, mas logo se recuperaram e depois "explodiram" em meio a notícias da vacina da Pfiser.

Assim, falo agora do que estamos observando nesta semana. A correlação voltou a subir de forma expressiva. Ontem, em particular, tudo subiu no Brasil, com exceção de alguns papéis contra-cíclicos que, na minha opinião, muitas vezes são utilizados como "ferramentas" de manipulação do índice. Em suma, a correlação disparou!

Com o VIX acima de 27%, o time quantitativo da casa de pesquisa Gavekal nos diz que a probabilidade de queda é elevada. Eles nos dizem que, em momentos como estes, faz sentido sair em busca de ativos considerados antifrágeis. O ouro é, sem dúvida, o ativo favorito do estrategista Charles Gave que comanda esta nova iniciativa da Gavekal.

Finalizo este texto chamando atenção ao fato de que o IBOV, nos últimos dias, apresentou amplitudes (diferenças entre máximas e mínimas registradas) superiores a 3%. Isso implica em uma volatilidade realizada superior a 45%. Observe que a volatilidade implícita embutida nas opções de BOVA11 está abaixo de 30%. Tem algo estranho no ar que não deve ser ignorado. Será que é a aproximação do CarnaVOL? Bem, quanto a esse evento, não há nada que a prefeitura do Rio de Janeiro possa fazer a respeito.

Para quem não conhece este meu conceito de CarnaVOL, eu explico melhor através deste vídeo do MyCAP Tendências Globais: https://youtu.be/w5oBHZ0wOlk

Um bom fim de semana a todos,

Marink Martins

www.myvol.com.br