Perspectivas para a semana do vencimento de opções

10/07/2017

Sabemos que é infrutífero tentar prever o comportamento da bolsa no curto prazo, ainda mais em semana de vencimento de opções. De qualquer forma, acho importante fazermos algumas observações a respeito de diversos fatores que poderão ter influência no comportamento dos principais índices ao longo da semana. Notem que a volatilidade implícita das opções, tanto as da Petrobras quanto as da Vale, estão relativamente baixas quando comparada com as mesmas de alguns meses atrás. Na minha opinião, o evento do dia 18/5 ainda influencia tal mercado de forma contra-intuitiva, pois muitos investidores se posicionaram de forma a se beneficiar de um eventual "spike" na volatilidade, algo que, apesar do crescente risco político, nunca ocorreu. Muito pelo contrário! A volatilidade implícita fechou de forma significativa, e com isso, os ativos subjacentes (Petr4 e Vale5) oscilaram menos do que o esperado. Com a proximidade do vencimento, e a eventual perda de importância das oscilação de "vol", é possível que vejamos um movimento direcional com mais convicção. Na Vale, nota-se um certo viés para alta, enquanto que na Petrobrás, a figura gráfica aponta para a queda. Na última sexta-feira, o número de plataformas em operação ("rig count") nos EUA divulgado pela empresa Baker Hughes voltou a crescer e preocupou o mercado. No mercado internacional cresce também o ruído com relação as preocupações do Fed com a estabilidade dos mercados. Os pessimistas apostam em uma postura preventiva do Fed, acreditando que a instituição aproveitará o momento de calmaria para elevar o custo do dinheiro. Já os otimistas acreditam que tal ruído seja somente "jawboning" (ameaça verbal), uma vez que o último Livro Bege mostrou que a inflação está crescendo a um ritmo mais lento do que temido. Além disso, os otimistas argumentam que, caso o Fed decida por elevar as taxas de juros e tal medida derrube os mercados, eventualmente será necessário um novo "afrouxamento" por parte da instituição, uma vez que há uma forte correlação entre comportamento dos mercados e os principais índices de confiança da economia.

Além das questões macroeconômicas, vale ressaltar que na próxima terça-feira ocorrerá o Amazon Prime Day, um dia marcado por mega-descontos em diversos itens vendidos na Amazon para seus clientes Prime. Por mais que não pareça, tal evento tem o potencial de mexer com os mercados pois, além de dominar o noticiário, jogará uma luz sobre a performance negativa do varejo tradicional americano que já vem sofrendo bastante.

Voltando ao mercado brasileiro, no fim da semana passada, a Verde Asset, famosa gestora de Luis Stuhlberger, divulgou mais uma carta mensal reiterando suas preocupações com o situação econômica brasileira. A Verde Asset reiterou sua visão negativa tanto para Brasil quanto para a moeda chinesa.

Marink Martins, CNPI

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