Pique-Pega nos mercados

01/03/2021

No fim da semana passada brinquei com o gráfico acima ao dizer o seguinte: 

O VIX (linha roxa = medida de VOL do S&P 500) e o MOVE (linha amarela = medida de VOL dos títulos de renda fixa dos EUA) são irmãos que, normalmente andam juntos, mas que, de vez em quando gostam de brincar de pique-pega. 

Como podemos pelo gráfico acima, a volatilidade medida pelo MOVE saiu na frente e deixou seu irmão para trás. Contudo, há quem diga que a "Mãe" FED não gosta desta brincadeira, pois pode gerar um certo estresse e, quem sabe, "quebrar" alguma coisa pelo caminho.

 
Brincadeira à parte, no gráfico abaixo observamos que os ativos do FED voltaram a crescer de forma significativa. 


A analista macroeconômica Lyn Alden nos fala que estamos na iminência de uma transição de dominância monetária para uma de dominância fiscal. Ela naturalmente se refere a uma situação em que o tesouro nacional dos EUA passará a ser a grande fonte de estímulo para os mercados através de suas diversas transferências diretas a estados e cidadãos no país. Já escrevi por aqui sobre o efeito TGA que se refere ao fato de que o saldo de 1,6 trilhões de dólares na conta do Tesouro dos EUA começa a ser direcionado para a economia real. 

Uma das grandes questões no momento envolve detectar o ponto em que uma elevação na taxa dos títulos de 10 anos dos EUA começa a irritar o FED. Ninguém sabe exatamente qual é esse nível, mas muitos dizem que, em algum momento, chegaremos a um ponto em que não restará ao FED fazer algo análogo ao que foi feito durante a segunda guerra mundial: manipular a curva de juros ("yield curve control" ou "YCC").

 
Toda esta trajetória a um caminho ao YCC, se confirmada, tende a ser favorável ao mercado acionário e as commodities; pelo menos no curto prazo. Em se tratando das ações, o grande risco continua sendo um cenário de eventual compressão de múltiplos que é algo comum em momentos em que a taxa de juros de longo prazo começa a subir. Por isso, é importante ser cuidadoso na compra de ativos considerados como "ativos de longa duração". Estes são vulneráveis e habitam as carteiras desta nova leva de investidores que tendem a ser jovens, utilizar alavancagem e fazer uso do mercado de opções.

Veja a apresentação da analista Lyn Alden ao clicar abaixo: 

Marink Martins

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