Por que Estou Tão Otimista com o Ibovespa Agora

11/07/2025

Venho, ao longo dos últimos meses, expressando otimismo em relação aos ativos de renda variável no Brasil. Dentre os argumentos, expresso a concentração das bases acionárias, a relação M2/M1, o baixo múltiplo de P/L, o crescimento da lucratividade e outros. Observe que pouco falo por aqui sobre a eleição de 2026. Acredito que o "bull market" brasileiro já começou e não depende da eventual mudança política, ainda que, se materializada, representará um importantíssimo catalisador.


Na parte internacional, entramos em um mundo de dólar fraco. Mais importante, Europa e China estão alavancando suas respectivas economias em direção a um maior consumo das famílias. Seus líderes certamente desejam copiar o modelo americano, onde as bolsas de valores contribuem para turbinar a confiança dos consumidores.


Já os riquíssimos americanos começam a exibir um comportamento errático, sintomático de um processo de conscientização de que houve exageros que os deixam vulneráveis. Ao contrário dos chineses, os americanos abandonaram as fábricas e hoje carecem da capacidade de refino e acabamento de diversos materiais básicos estratégicos para a segurança do país.


Em um mundo unipolar, isso não era problema. Mas o mundo mudou. Estamos migrando da era das cadeias de suprimentos globais e estoques "just in time" para um mundo onde a redundância, ainda que custosa, é valorizada — um mundo que sai do "just in time" para o "just in case".


Tal mundo tende a ser um mundo onde os preços das commodities tendem a subir. Já observamos isso ocorrer no preço do ouro e, mais recentemente, do cobre — falo aqui do Dr. Copper, o metal que muitos economistas afirmam ter um PhD em economia por apontar ciclos de expansão e retração econômica.


De volta ao Brasil, que é considerado um importantíssimo "value play" no mundo da renda variável, há fortes indícios de que o pior ficou para trás. Observe que, a despeito do ataque feito por Trump esta semana à economia brasileira, o Ibovespa se encontra a menos de 5% da máxima. No gráfico abaixo, te apresento a relação entre o PIB Nominal brasileiro, o IBX 100 e o agregado monetário M1 do Brasil.



Como podemos observar na imagem, ao longo de duas décadas, o IBX 100 só ficou abaixo do PIB Nominal durante a crise de 2014/2015 e mais recentemente. Na minha opinião, isso constitui uma aberração.


Uma das razões que vêm contribuindo para um comportamento mais tímido do IBX 100 diz respeito ao M1. O volume de dinheiro em circulação, essencial para estimular o consumo, o crédito e os investimentos, se encontra estagnado em um patamar próximo a 650 bilhões de reais.


Como sabemos, os últimos anos foram marcados por uma política monetária super restritiva por parte do BC em sua luta contra uma inflação persistente.


No entanto, com um dólar mais fraco, o BC pode começar a sinalizar mais cedo uma política monetária menos restritiva.


Particularmente, acredito mesmo que o segundo semestre deverá ser marcado por um FED mais frouxo e um BC brasileiro menos restritivo, em uma combinação que poderá promover uma queda na taxa de juros de prazos mais longos no Brasil para um patamar mais próximo de 12,5%.


Se isso acontecer, será um importante catalisador para a valorização das ações brasileiras, especialmente aquelas com fundamentos sólidos e mais sensíveis à queda dos juros.


Por esta razão, penso que seja uma questão de tempo para que a linha laranja (IBX-100) volte ao encontro da linha azul (PIB Nominal). E, neste processo, grandes riquezas serão criadas no Brasil, como já ocorreu em bull markets marcantes como os de 1995/1997, 2003/2008 e 2016/2020.


Marink Martins


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