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09/10/2020

Vivemos uma febre especulativa na bolsa brasileira sem precedentes.

Em LIVE realizada junto ao Valor Econômico, o especialista em reestruturações, Ricardo Knoepfelmacher, conhecido como Ricardo K, disse o seguinte a respeito da onda de IPOs que ocorre no Brasil:

Cerca de um terço das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) realizadas ou em processo atualmente no Brasil é de empresas que não irão dar certo no longo prazo, afirmou Ricardo Knoepfelmacher, fundador da RK Partners, na Live do Valor desta quinta-feira.

"Após Oi e Odebrecht, não tem mais nenhum grande caso [de recuperação judicial], o que temos hoje é um grupo enorme de IPOs, com empresas no limiar de recuperação judicial e que levantaram recursos com IPO. Mas vejo que um terço desses IPOs não vai dar certo em 2021 e 2022", comentou Ricardo K, como é conhecido o especialista em reestruturação de empresas.

Ele usou como exemplo de críticas o setor imobiliário, que fez uma "enxurrada" de IPOs alguns anos atrás e, depois, viu muitas empresas passarem a valer 5% do valor da oferta. Segundo ele, o setor vive um novo momento de euforia e várias empresas vão ter dificuldades no mercado de capitais. "Contudo, não sei se é limitador do crescimento do PIB. O grande problema está no investidor não qualificado que está experimentando pela primeira vez a bolsa", entende.

De certa maneira, é grande o número de agentes do mercado que sabe que, no fim, tudo isso tende a ser problemático. Casos emblemáticos e lendários como Merposa nos anos 70, UOL, PDG, empresas do grupo X no início do milênio, compõem a lista de empresas que frustraram os investidores ao longo da história do mercado brasileiro. Desta vez não deverá ser diferente. Mas, quem se importa com isso no curtíssimo prazo?

Em novembro de 2017 especula-se que o IBOV tenha caído devido a venda de ações por parte da BR Distribuidora que ocorreria no mês seguinte. Era uma venda de aproximadamente 5 bilhões de reais em ações que disputava um espaço na carteira das diversas gestoras locais.

Três anos se passaram e o mercado exibe um apetite avassalador para absorver diversas emissões de ações dos mais variados segmentos corporativos brasileiro. Quem diria que um ano de pandemia seria marcado por um movimento recorde de venda de ações? Parece até que há um desespero por parte do vendedor! (um pouco de ironia não faz mal a ninguém...)

A festa continua e o som está cada vez mais alto. Antes do fim deste ano marcante em nossa história, teremos captações expressivas no mercado local de empresas como a Rede D´Or e a Natura. Lá fora, teremos o IPO da AirBnB e, em breve, o maior de todos: o IPO da Ant Financial, empresa associada ao grupo Alibaba.

Agora, calma lá meu nobre "investment banker"! Preciso guardar algum dindin para comprar o novo Iphone 5G que será lançado na próxima terça-feira!

Um ótimo feriadão a todos,

Marink Martins

www.myvol.com.br