Revisitando: Pode o Ibovespa subir sem a ajuda da Petrobras e da Vale?

23/10/2019

Há exatos três meses, fiz a seguinte pergunta na série MyCAP Tendências Globais: Pode o Ibovespa subir sem a ajuda da Petrobras e da Vale? Para assistir o vídeo, clique aqui.

A pergunta fora motivada não só por minhas preocupações no que diziam respeito ao processo de venda das ações pertencentes ao BNDES, mas também devido a preocupações com a economia chinesa, que já mostrava sinais de desaceleração.

Abaixo, temos um gráfico ilustrando o período em questão, em que temos um comparativo das performances da PETR4, VALE3 e do IBOV.

Com o benefício da história, posso dizer que o questionamento feito no vídeo não só se provou pertinente, mas também me arrisco a dizer que o questionamento se mantém válido. Digo isso por acreditar que há uma nuvem de incertezas associada ao setor bancário, de forma que um ímpeto altista da bolsa local necessita da colaboração de uma valorização nos preços das ações citadas.

Pode-se observar que a Petrobras vem fazendo a sua parte. A empresa vem surpreendendo o mercado em termos de produção e há otimismo com relação ao valor a ser transferido para a empresa fruto da Cessão Onerosa.  Além disso, questões internas no BNDES fazem com que o processo de venda das ações seja postergado. Já as ações da Vale parecem "mortas".

Curiosamente, o comportamento da Vale, embora bem mais fraco que o de seus pares locais, tem sido superior ao de suas concorrentes internacionais. Com a economia chinesa progredindo mais lentamente, é consenso entre os estrategistas que não há um catalisador que justifique um maior fluxo para as mineradoras.

Sendo assim, reitero aqui a minha visão mais conservadora de que embora o IBOV venha se apreciando nas últimas semanas, seu ímpeto altista tende a ser contido devido a incertezas globais que contribuem para uma performance tímida de ações cíclicas como PETR4 E VALE3. Além disso, chamo atenção ao fato de que vivemos um período de elevada participação de investidores pessoas físicas que, por diversas razões, simplesmente estão apaixonados pelas ações da Petrobras. E isso é um tanto preocupante!

Marink Martins 

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