S&P 500

19/06/2017

Estatísticas interessantes sobre o S&P 500

Nos últimos 90 anos, o retorno médio anual do índice S&P 500 foi de 9,8% (incluindo dividendos). Em 2017, até este momento, tal retorno total para este que é o índice mais seguido por gestores americanos está em 9,7%. Para a maioria dos investidores esta informação faz soar um alarme interno indicando que o índice americano pode ter subido rápido demais, e que talvez seja um bom momento para reduzir a exposição nas 500 maiores empresas americanas. Este comportamento, amplamente discutido pelo psicólogo Daniel Khaneman, é um misto de "ancoragem" com uma tendência a crer em "reversão à média". O que é, de certa forma, surpreendente, é que a média de retorno anual do S&P 500 traz pouca informação consigo, pois a distribuição de retornos ao longo destes últimos 90 anos mostra uma grande dispersão, conforme ilustrado no gráfico em anexo.

O que o gráfico nos mostra é que retornos ao redor da média histórica, entre 5% e 10% e entre 10% e 15%, não ocorreram com muita frequência; 6,7% e 15,7%, respectivamente. Tal gráfico ratifica também a ideia de que retornos de curto prazo são imprevisíveis e que tendem a apresentar um maior desvio padrão quando comparados com períodos de análises mais longas. Mesmo assim, observa-se que em anos em que o índice S&P 500 atingiu um retorno acumulado superior a 7,5% nos seus primeiros 100 dias de negociação, como é o caso deste ano de 2017, o índice continuou subindo nos meses subsequentes em 20 das 23 ocasiões em que tal fenômeno fora observado. Além disso, estas estatísticas indicam também que o retorno médio para os meses subsequentes é de aproximadamente 7,7%, bem superior aos 4,5% registrados nos períodos de junho a dezembro para os anos em que o índice começou em um ritmo bem mais lento. É importante ressaltar, porém, que o ano de 1987 destoa brutalmente destas observações. Naquele ano, o S&P 500 subiu fortemente registrando uma valorização superior a 40% nos primeiros 7 meses do ano, e começou a perder altitude em agosto, culminando no "crash" de outubro. Dito tudo isso, a mensagem mais importante que a tabela em anexo traz é a seguinte: o normal é ter volatilidade! A sua falta deve ser encarada como uma situação excepcional.

Marink Martins

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