Sobre a inclusão da TESLA no S&P 500

18/12/2020

Nesta próxima segunda-feira teremos a inclusão das ações da TESLA no índice S&P 500. Observe que o preço das ações subiu aproximadamente 50% desde o anúncio de sua inclusão e 800% desde a mínima do ano.

De acordo com o estrategista da Goldman Sachs, David Kostin, a produtora de carros elétricos entrará com um peso de 1,50% ocupando a sexta posição; logo atrás da Facebook e à frente da holding de Warren Buffet, Berkshire Hathaway.

A grande questão é: e agora? Será que o papel estará livre para voar como fez ao longo dos últimos anos?

Bem, a maioria dos analistas pensa que não. Isso porque, uma vez integrante do S&P 500, o papel passa a habitar as carteiras dos fundos passivos e passa a ser alvo de operações de arbitragens.

Comenta-se na mídia que a forte alta registrada pelas ações está fortemente correlacionada com uma enorme especulação através do mercado de opções. Alguns comentam a respeito da correlação entre a alta do papel e alta na volatilidade implícita das opções.

Pois é, os contratos de opções associados a TESLA negociam com um VOL acima de 80%. Isso se compara com um VOL de 39% da Apple e 22% para o índice S&P 500 como um todo.

É provável que nas próximas semanas haja um movimento de convergência entre os níveis de volatilidade implícita mencionados acima. E caso isso de fato ocorra, poderá resultar na queda do VOL da TESLA e consequente queda no preço de suas ações, impactando negativamente o índice.

Contudo, este evento associado à inclusão da TESLA no S&P 500 é somente um fator em meio a diversos outros que poderão influenciar o comportamento dos mercados neste período natalino.

A aprovação do pacote de estímulo econômico é sem dúvida o evento mais aguardado para as próximas horas. O otimismo no mercado é imenso, com diversos analistas projetando alta de dois dígitos para o S&P 500 em 2021.

Quem sou eu para contestá-los? A minha ousadia só me permite um chute para uma janela de 2 semanas. E como você já sabe, penso que este vencimento de hoje dos contratos futuros do S&P 500 (preço de ajuste = preço de abertura do S&P 500 à vista) junto com o vencimento de opções sobre ações e o evento da TESLA são ingredientes sugestivos de um recuo.

Marink Martins

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