Tão bom que dá para desconfiar

01/04/2021

Foi-se o tempo em que os principais índices dos EUA eram capitaneados por um pequeno grupo de empresas de tecnologia. Neste momento, 93% das empresas que compõem o índice S&P 500 tem suas ações negociando a um preço que está acima da sua respectiva média móvel de 200 dias. Esse é o nível mais elevado desde 2015.

Será que aquele tal do "crack up boom" do economista Ludwig von Mises está em curso?

Curiosamente, isso ocorre alguns após o colapso do "family office" Archegos Capital; um evento que, no fim, deverá resultar em perdas bilionárias para as corretoras associadas aos bancos Nomura e Credit Suisse. Ontem mesmo, Janet Yellen -- hoje, Secretária do Tesouro dos EUA -- comandou uma reunião para discutir os riscos presentes nos sistemas associados a um marco regulatório mais frouxo no que diz respeito a "family offices". No vídeo MYCAP TENDÊNCIAS GLOBAIS desta semana abordo este tema; explicando o ocorrido e, como sempre, levantando dúvidas quanto a transparência das operações na principal economia do mundo. Será que a Archegos Capital era a única alavancada do mercado?

O fato é que o mercado americano mudou muito nos últimos meses. A liderança é bem mais abrangente (maior "market breadth") e conta com setores como o de energia, de bancos e industrial assumindo uma posição de "momentum" nos mercados. O que antes era considerado ações de valor, passa agora a ser também ações de momentum. Essa convergência entre valor e momentum, em tese, tende a ser animadora e auspiciosa. É uma combinação tão boa que parece bom demais para ser verdade.

Um bom fim de semana a todos,

Marink Martins

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