Toda a atenção para a operação de venda de ações ordinárias de Petrobras feita pela CEF
Hoje é o último dia para que investidores reservem o direito de participar do processo de venda de ações ordinárias de Petrobras que está sendo conduzido pela Caixa Econômica Federal. Trata-se de uma venda que, não só deverá exceder o valor de 7 bilhões de reais, mas também impactar a dinâmica da bolsa durante esta semana que se inicia.
Em novembro de 2017 o IPO da BR Distribuidora no valor de 5 bi de reais fez justamente isso. Mesmo em um ano que -- a posteriori -- ficou conhecido como um ano de baixíssima volatilidade, o mercado brasileiro sofreu durante as semanas que antecederam tal IPO pois diversos fundos se viram forçados a gerar liquidez para a compra das novas ações que chegavam ao mercado. O gráfico abaixo, comparando o desempenho do IBOV, da PETR4 e do S&P 500 durante o mês de novembro de 2017 é ilustrativo da tese que busco explorar aqui:

Coincidentemente, aquele período marcava também o início da última e mais forte "pernada" de valorização no Bitcoin, com a crypto-moeda rompendo o patamar de US$10.000 - algo que também vem ocorrendo neste momento.
Por um outro lado, os mais otimistas certamente apontarão para o fato de que bolsa brasileira parece ter finalmente embarcado em um processo de valorização após meses de lateralização. O "momentum" por aqui certamente é positivo e as ações da Petrobras se apresentam como uma interessante alternativa em meio a um mercado dominado por empresas do setor financeiro que negociam a múltiplos mais esticados.
Assim, o desenrolar deste processo -- que tem a terça-feira como o dia da precificação, e a próxima quinta-feira como o dia da liquidação - tende a ser um dos eventos mais importantes da semana indicando o real apetite dos investidores para novas ações que estão por vir ao mercado. Antes que você aponte o meu erro ao me referir a "novas ações", deixe eu explicar.
Eu sei que trata-se de uma operação "follow on"; uma operação de mercado secundário. Se fosse um IPO, os recursos provavelmente seriam utilizados para novos investimentos na empresa. Em se tratando de uma operação secundária, a grande questão é a seguinte: o que vai fazer a CEF com os recursos oriundos da venda desta operação? Utilizar tais recursos em sua operação bancária ou reinvestir no mercado de ações? Bem, se for o caso da primeira opção podemos imaginar que o impacto desta operação não deverá ser muito diferente de um IPO. Já na segunda opção, o impacto nos mercados poderá ser uma maior rotação setorial.
Tudo isso ocorrendo em um período de elevada ansiedade nos mercados internacionais diante da reunião do G20 que se aproxima. Esta semana promete!
Marink Martins