Tradição vs. Traição

18/09/2020

Tomo emprestado dois temas explorados pelo rabino Nilton Bonder em seu brilhante trabalho, A Alma Imoral, para apontar para um processo de rotação setorial que está em curso na bolsa brasileira que tende a favorecer as empresas mais tracionais.

Nos últimos meses testemunhamos a ascensão de empresas disruptivas que, através de uma nova narrativa, "roubaram" toda a atenção dos consumidores.

Com o corpo impossibilitado de ir as ruas para fazer compras, olhar vitrines, ir a shows, coube a alma compensar a frustração através de um processo transgressivo que contribuiu para que o consumidor se voltasse para o mundo online das LIVES, e do consumo online desmedido, e da especulação financeira desenfreada.

Ainda que os números associados a epidemia apontem para a possibilidade de uma segunda onda, há evidências de que tal onda resulte em um número de mortes significativamente menor do que os registrados na primeira onda. Pelo menos é isso que estamos observando na parte central dos EUA e em alguns lugares na Europa.

Sendo assim, boa parte do mundo ocidental começa, aos poucos, um movimento de retomada; um que favorece a tradição.

E neste sentido, empresas tradicionais como Petrobras, Ambev, Vale, Itaú, Bradesco e outras voltam a despertar um maior interesse daqueles que, por diversos meses, buscaram a glória através das empresas ditas disruptivas.

Para finalizar, outubro se aproxima trazendo consigo um leque de alternativas de investimentos bem robusto, composto por centenas de BDRs e ETFs, que, em alguma escala, disputarão um lugar ao sol com aquelas que, neste momento, ainda são puras promessas.

Um bom fim de semana a todos,

Marink Martins

www.myvol.com.br