Tudo indica um dólar mais fraco!

02/12/2019

Dediquei horas do meu domingo assistindo a uma conferência realizada Londres pela casa de pesquisa Gavekal. O tema principal do evento pode ser resumido pela expectativa da Casa de que a moeda americana vá se desvalorizar nos próximos meses por algumas razões que vou apresentar aqui.

A primeira e mais importante é a expansão monetária norte-americana. O Fed está injetando mais liquidez do que seus pares, e tal processo deve durar pelo menos até junho de 2020. Além disso, a remoção de importantes riscos globais como um BREXIT sem acordo, uma intensificação da guerra comercial entre os EUA e a China, e o receio de uma recessão em 2020, contribui para reduzir o prêmio de aversão a risco que vem mantendo o dólar relativamente forte nos últimos meses.

No gráfico acima podemos observar claramente como o desempenho do índice S&P 500 está fortemente correlacionado com a expansão dos ativos do FED.

O risco político com a aproximação das eleições nos EUA contribui para que investidores diminuam suas exposições a ativos americanos, impactando negativamente o dólar.

Alguns destes fatores já estão em curso e devem se intensificar.

Uma pergunta importante é saber que moeda tende a se beneficiar diante destas perspectivas mais desafiadoras para a moeda americana. A libra esterlina é uma que se destaca no mundo desenvolvido. Em uma comparação com o dólar, ajustando para as diferenças de inflação acumulada na Inglaterra e nos EUA, a libra apresenta uma defasagem com relação a moeda americana na casa de 15%.

No gráfico acima temos o dólar em comparação com outras moedas de países desenvolvidos. 

Uma outra região que tende a se beneficiar é a de mercados emergentes. Em períodos em que o FED está ativamente expandindo seus ativos, commodities e ações de mercados emergentes tendem a registrar performances positivas. Entretanto, por alguma razão,  parece haver um ceticismo nos mercados. Embora o índice S&P 500 esteja na máxima histórica, o preço do cobre não sobe e as ações dos emergentes estão andando de lado.

Será que o mundo está em compasso de espera para ver se Trump irá de fato remover as tarifas marcadas para entrar em vigor no dia 15 de dezembro deste ano? As duas próximas semanas prometem uma maior volatilidade. Fique ligado!

Marink Martins  

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