Um mercado tenso

24/09/2020

Na imagem acima temos a estrutura a termo do VIX ilustrando que o mercado espera uma maior volatilidade para os próximos meses.

Que o VIX já vinha embutindo um prêmio de risco ao redor das eleições presidenciais do dia 3/11 não é uma surpresa. O que é surpreendente é que este prêmio de risco se alonga para os meses subsequentes, refletindo a tensão do mercado com a possibilidade de que o resultado da eleição seja contestado, assim como ocorreu na eleição do ano 2000 entre George Bush e Al Gore.

Ontem, em entrevista, Trump optou por não se comprometer com um processo de transição tranquila em caso de derrota na eleição.

A verdade é que existem mecanismos nos EUA que impedem que um processo de contestação se arraste por muito tempo e impeça que o país chegue ao dia 20/1 (data em que o novo presidente assume o governo) sem uma definição. Neste sentido pode-se afirmar que há mecanismos que preservam a antifragilidade política do país.

Tais mecanismos envolvem a suprema corte do país. A morte de Ruth Bader Ginsburg abriu um espaço para que Trump promova uma das maiores transformações da corte, levando-a do liberalismo para o conservadorismo de uma forma que poderá ter um impacto direto em caso de um embate jurídico pós-eleição.

Tudo isso vem contribuindo para que os mercados fiquem mais voláteis.

Se você vem acompanhando os textos e vídeos publicados aqui na MyVOL já sabe que as ações da Apple carregam consigo derivativos precificados com uma volatilidade implícita bem elevada, acima de 50%. Esse tem sido o indicador mais importante das últimas semanas e tende a continuar exercendo um papel importantíssimo para entendermos a dinâmica atual dos mercados. O gráfico no início deste texto só confirma essa tese. Por tudo isso, mais uma vez concluo com o velho CAVEAT EMPTOR.

Marink Martins

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