Uma regra simples que vai longe

11/03/2020

Parece haver um consenso entre estrategistas que uma carteira de investimentos global robusta deva conter alguns ativos ditos antifrágeis - aqueles que tendem a se valorizar em momentos de elevado estresse nos mercados. Dentre tais ativos destacam-se os títulos do tesouro americano e o ouro.

Seguindo esta linha, os estrategistas que acompanho na casa de pesquisa Gavekal estabeleceram uma regra simples, porém, de grande valia. Diz ela:

  • Em situações onde as 5 principais moedas (dólar, euro, iuane, iene e a libra) registram uma "outperformance" em relação ao preço do ouro nos últimos doze meses, tais moedas devem ser tratadas como "reserva de valor". Neste caso, a melhor defesa deve ser feita através dos títulos de renda fixa como aqueles emitidos pelo tesouro americano.
  • Já em situações onde o ouro registra uma "outperformance" em relação ao valor da cesta de moedas mencionada acima nos últimos doze meses, existe uma elevada probabilidade de que as autoridades monetárias (BCs) estejam em uma campanha para "assassinar o rentista". Neste caso, investidores devem optar por proteção de carteira através do ouro.

O gráfico abaixo é ilustrativo da regra que aqui busco transmitir. As áreas cinzas do gráfico ilustram os períodos em que o ouro registrou uma performance superior as 5 principais moedas nos 12 meses antecedentes.


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Os estrategistas também nos dizem que durante estes períodos em que o ouro, de fato, "brilha" do ponto de vista econômico, que o dólar tende a perder valor frente as outras 4 moedas supramencionadas.

Além disso, e mais pertinente para os leitores deste comentário, é o fato de que nestes momentos em que o ouro reina nota-se uma compressão de múltiplos de P/L nas bolsas. Refiro-me ao que é conhecido, em inglês, como "de-rating" das ações.

Marink Martins 

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