Vida nova pós-vencimentos associados ao S&P 500
Vale lembrar que a última sexta-feira foi dia de vencimento de contratos futuros e de opções associados ao S&P 500. Como de praxe, muitos contratos são encerrados e, com isso, muitos investidores voltam a ter munição para estabelecer novas posições no mercado.
Vale destacar que, no finzinho da tarde de sexta, bateram forte no S&P 500, e o VIX chegou a subir de 32% para 35% em alguns minutos.
Uma questão extremamente importante e alinhada com o que venho destacando por aqui é o questionamento do Deutsche Bank em matéria publicada hoje na CNBC: será que, em caso de um novo movimento de aversão a risco, o dólar deverá continuar a representar um porto seguro?
Essa pergunta tem tudo a ver com o tema que abordei na semana passada na newsletter Mind The Gap que venho publicando semanalmente através da Inversa Publicações. O leitor poderá acessá-la através do canal da Spotify da publicadora.
No passado, em momentos de aversão a risco, o dólar subiu bastante, derrubando commodities e mercados emergentes. Contudo, os esforços fiscais e monetários americanos (monetização da dívida emitida pelo tesouro nacional) vêm deixando os investidores globais preocupados.
Na reportagem citada, o Deutsche Bank diz até que a moeda chinesa vem se comportando muito bem e poderá representar uma fonte de segurança - um dos temas centrais do livro CLASH OF EMPIRES escrito por Louis Vincent Gave.
Nesta manhã, o mercado local abre surpreendentemente forte, refletindo não só a agenda positiva do governo, mas também a expectativa de continuidade de valorização nas ações dos bancos. Tal movimento de valorização teve início na semana passada após o Banco BTG Pactual chamar a atenção dos investidores sobre o quão defasadas estavam as as ações do Banco Itaú tendo em vista sua participação na empresa XP Inc.
De qualquer maneira, o investidor deve entrar nesta semana avaliando as perspectivas brasileiras em meio à incertezas globais como a possibilidade de segunda onda da epidemia, eleição nos EUA, aprovação do "recovery fund" europeu.

Na imagem acima, o Banco Goldman Sachs nos mostra como uma possível eleição de Joe Biden poderá representar uma ameaça à lucratividade das ações que compõem o índice S&P 500. O banco argumenta que um governo democrata deverá reverter os cortes de impostos implementados no ano de 2018.
Na parte externa, uma forma mais simples de avaliar tudo isso é ficar atento ao valor relativo do dólar. Cresce o ceticismo em relação a moeda que representa a reserva de valor global. Sendo assim, uma apreciação do dólar medida pelo índice DXY, caso ocorra, poderá representar um freio para o ímpeto altista visto nos mercados; em particular, os mercados emergentes.
Marink Martins