A espera de um alívio em relação a Eletrobras
É possível que a tal reforma ministerial mencionada pelo cientista político Luciano Dias não ocorra rapidamente. Dito isso, é provável que o risco de reversão da privatização da Eletrobras seja eliminado em não muito tempo. Como podemos ver na mensagem veiculada pelo Bom Dia Mercado, a Câmara dos Deputados comandada por Arthur Lira defende que o STF rejeite o pedido do governo federal que questiona a limitação do poder de voto da União na Eletrobras. Trata-se de um processo que cumpriu todos os requisitos exigidos por lei, com a aprovação, não só dos deputados, mas também por representantes do TCU.
É importante destacar que hoje o peso da Elet6, somado ao peso da Elet3, constitui com uma participação significativa no IBOV e qualquer notícia positiva neste sentido poderá ser muito bem vinda e atrair diversos investidores que hoje encontram-se no conforto da renda fixa.
No texto de ontem, questionei a respeito da possibilidade de um "catch up trade" em que os investidores iriam em busca de ativos que ficaram para trás (praticamente todos os ativos que não se beneficiaram da febre associada à inteligência artificial). Em evento realizado pela Apple na tarde de ontem, a gigante do mundo da tecnologia lançou novidades, mas não deu destaque a "AI". Não foi à toa que, logo após o tão aguardado óculos de realidade aumentada -- "Vision Pro que irá custar nos EUA $3.499" -- o preço da ação da empresa recuou e contribuiu para que os principais ficassem mais pesados.
Assim, nesta semana aparentemente mais tranquila, há muitos investidores aguardando para saber se vai haver ou não um "rotation trade" -- um no qual investidores comecem a vender as ações daquelas que já subiram demais ("bit tech") e comecem a comprar aquelas que ficaram para trás (ações de empresas cíclicas). O pessoal da Datatrek está de olho na volatilidade implícita associada aos principais índices norte-americanos. Enquanto o VIX (associado ao S&P 500) caiu bastante e sinaliza continuidade no movimento de valorização das ações, o VXN (Nasdaq 100) permanece elevado, deixando muitos em dúvida em relação ao que está por vir.
Por fim, a empresa americana State Street começou a divulgar um índice que mede o apetite a risco dos investidores com base no fluxo de recursos destinados a ativos de risco, conforme podemos ver no gráfico abaixo. O que mais me chamou atenção é que o ponto mais recente (26-abr-2023) coincide com momentos de aversão a risco como aquele vivido no fim de 2015 e início de 2016 -- um momento que foi um tanto assustador nos mercados (na ocasião, parecia que um "crash" era iminente).
Marink Martins