A terça-feira gorda está chegando. Prepare-se!

05/02/2024

Em se tratando do mercado de ações, a última sexta-feira foi histórica! Testemunhamos uma das maiores criações de valor da história do mercado de capitais. O valor de mercado da Meta -- controladora do Facebook, Instagram, WhatsApp e outras -- cresceu em aproximadamente 200 bilhões de dólares (o valor aproximado da Disney ou 1/4 do valor de mercado de todas as ações listadas no Brasil). A empresa não só anunciou um resultado espetacular, mas também anunciou a promessa de fluxo de caixa recorrente aos investidores através da recompra de ações e de pagamento de dividendos.

Questionada sobre o porquê do seu erro de avaliação da empresa, a famosa analista da Needham Securities -- Laura Martin -- disse que não esperava que a empresa de Mark Zuckerberg fosse capaz de cortar 25% da sua força de trabalho em tão pouco tempo. Este tipo dinamismo é definitivamente um "excepcionalismo" norte-americano. Nos EUA contrata-se rapidamente e se demite na mesma velocidade!

No entanto, não foi só a Meta que surpreendeu na sexta-feira. Os dados de criação de empregos ("Payroll") divulgados na manhã de sexta-feira mostraram que o país segue crescendo a um ritmo surpreendente. Além disso, previsões feitas pelo FED de Atlanta ("NowGDP forecasts") foram revisadas de forma a indicar que a economia americana está crescendo a uma taxa anualizada de 4,2% neste trimestre.

A alta vista nas ações da Meta foi acompanhada de outras altas expressivas no mundo da tecnologia, com destaque para as ações da Amazon, que se valorizaram quase 8%, e das ações da Nvidia, que subiram mais 5%.

O mais curioso é que tudo isso ocorreu a despeito do fato de que as taxas dos "treasuries" subiram -- a taxa do "determinante" título de 2 anos subiu de 4,23% para 4,44% (nesta manhã) -- derrubando tudo que não fosse "Tech". O Russell 2000 caiu 0,60% assim como as ações das empresas globais -- o ETF ACWX (que exclui as ações dos EUA) caiu 0,70%.

A bolsa brasileira, em particular, apresentou uma performance bem negativa face à euforia vista no S&P 500. Conforme podemos observar no gráfico abaixo, o IBOV não só "jogou fora" a "outperformance" registrada em relação ao S&P 500 (iniciada em novembro/2023), mas registra agora uma tremenda "underperformance".

A grande pergunta do momento é: o que esperar para os próximos dias? Reversão à média ou uma intensificação do "momentum" norte-americano?

Ontem, Jerome Powell -- presidente do FED -- concedeu uma entrevista ao programa "60 Minutes" e, ainda que tenha reiterado que um corte de juros em março seja pouco provável, deixou claro que existem boas chances para a ocorrência de um corte no "fed funds" durante o verão americano. Para isso, o mais importante é que os próximos dados relacionados à inflação venham na direção esperada pelo FED. E você sabe quando será a divulgação do próximo índice de inflação ao consumidor dos EUA ("CPI")?

Resposta: será na manhã da terça-feira gorda, dia 13/2 -- em um momento em que a bolsa brasileira estará fechada devido ao feriado no Brasil. Sendo assim, é grande a chance de que este carnaval se torne um verdadeiro carnaVOL.

Marink Martins

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