Há uma treta envolvendo o Elon Musk, fundador da empresa de
carros elétricos - TESLA, e a jornalista da BUSINESS INSIDER, Linette Lopez,
que é reminiscente de um embate ocorrido no início da época passada, em um
período marcado pelo colapso da gigante do setor de energia, ENRON.
Durante os anos 90, Jeffrey Skilling, CEO da Enron era o
cara!!! Formado em Harvard e com passagem pela McKinsey, Skilling achava que
poderia revolucionar o mundo. Transformou a Enron de uma empresa focada na
distribuição de gás natural na maior empresa de trading de energia do mundo. No
processo ambicioso de expansão global da empresa, seus diretores, incluindo
aqui Skilling, foram acusados de fazer uso de uma contabilidade fantasiosa por
uma linda jornalista que estava disposta a ir fundo em sua investigação sobre a
empresa. Seu nome: Bethany McLean.
Bethany McLean fez história ao revelar as falcatruas da Enron.
Seu livro, THE SMARTEST GUYS IN THE ROOM, publicado em parceria com o escritor
Peter Elkind, revelou toda a criatividade contábil que fora predominante nos
anos 90, e que permitiu a Enron enganar não só Wall Street, mas também todos os
seus funcionários que aplicaram grande parte de sua aposentadoria nas ações da
empresa. Jeffrey Skilling foi condenado a prisão por 13 anos, e deverá sair do
presídio de Montgomery no dia 21 de fevereiro de 2019.
E o que tudo isso tem a ver com Elon Musk?
Bem, há diversos paralelos entre Skilling e Musk. Ambos são
pontos fora da curva no quesito inteligência. Musk, responsável pela TESLA,
produz um carro elétrico que é uma unanimidade entre os usuários. Não há quem
fale mal do carro. O carro é sensacional. O problema, entretanto, está na
escalabilidade de sua operação.
Críticos afirmam que a TESLA perde dinheiro em cada unidade
produzida do seu carro MODEL 3. Há uma pressão enorme para que a empresa honre
com o cronograma de produção anunciado pelo seu fundador. Recentemente, a
empresa revelou ter conseguido produzir uma quantidade superior à aquela
aguardada pelo mercado. Suas ações subiram inicialmente, até que foi revelado
que a empresa havia deixado de fazer um teste de segurança básico, conhecido como "brake
& roll", buscando poupar tempo.
Neste processo, Musk passou a acusar toda a comunidade
financeira ligada a análise e disseminação de informações a respeito da TESLA.
Em particular, mirou suas críticas a jornalista Linette Lopez da BUSINESS INSIDER,
acusando-a de difamar a empresa e passar informações privilegiada à Jim Chanos,
da Kynikos Associates, uma empresa conhecida como uma das maiores casas de "venda
a descoberto" ("short selling") do mercado.