A "volta da vitória" dos americanos
Os americanos lideram o mundo e sabem muito bem disso! Sabem tanto que não conseguem se conter diante do mais recente sucesso de seu mercado de capitais.
Os gráficos abaixo ilustram o quão especial é este momento e nos deixam indagando: será que há espaço para um "alargamento" da divergência de performance entre as ações americanas e as do resto do mundo?
Os dados abaixo foram obtidos através da coluna do analista Ben Carlson, da Rithholtz Wealth Management.
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Em comparação aos outros membros do G7, a economia americana é definitivamente a que mais cresce.
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Só a China se aproxima dos EUA em termos de PIB nominal. Contudo, o fato da China contar com 1,4 bilhão de pessoas versus 350 milhões nos EUA só faz enaltecer o sucesso dos americanos.
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Mais importante do que o PIB, a força dos EUA reside em seu mercado de capitais. Como podemos observar acima, não há outro lugar do mundo com a liquidez e a segurança encontrada no mercado de capitais norte-americano.
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Chegamos a um ponto em que a participação das ações norte-americanas na carteira MSCI Global é superior a 60%. Curiosamente, a globalização deixou os EUA mais forte.
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O que é mais surpreendente é que os EUA possuem uma melhor situação demográfica que seus pares.
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Por trás do milagre norte-americano, a autossuficiência em petróleo que faz com que o país consiga crescer seu PIB de forma não inflacionária!
Sabe-se também que a vida e os mercados carregam consigo uma ambiguidade estrutural. Assim, como a vida traz consigo a morte em potencial, o mesmo ocorre com o sucesso e o fracasso. Nos últimos anos os EUA vem crescendo através de uma forte expansão fiscal. Os americanos gastam hoje como se estivessem vivendo em um período de guerra.
Assim, a grande vulnerabilidade do país reside em seu maciço endividamento que poderá fazer com que seus credores globais passem a exigir retornos cada vez maiores para comprar os títulos emitidos pelo Tesouro dos EUA.
O montante de "treasuries" que vence este ano e que precisa ser "rolado" se aproxima de 10 trilhões de dólares. O volume para o ano de 2025 poderá ser ainda maior!!!
Tudo isso poderá ter um efeito direto e negativo no valor relativo do dólar e como consequência abalar a confiança que faz com que seus ativos sejam negociados com um tremendo ágio frente aos seus pares.
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Acima, o endividamento dos EUA medido através da relação entre a dívida e seu PIB.
Em suma, ainda que o sucesso da economia americana seja inquestionável, a euforia vista no mercado de capitais é algo que tende a ser efêmero. Em algum momento, os preços das ações serão considerados altos demais e um movimento de reversão à média irá se instaurar. Saber quando é a pergunta de um trilhão de dólares.
Marink Martins