5 razões para testar venda no IVVB11

04/07/2019

Será que é possível conciliar o fato de que nos EUA tanto o mercado de renda variável como o de renda fixa estão na máxima? 

Reúna um grupo de traders e analistas e é certo, e até saudável, que haja divergências no que diz respeito a prognósticos para qualquer que seja o indicador econômico.

Desta vez, entretanto, a continuidade do ciclo de alta nas bolsas americanas vem gerando uma polarização análoga aquela vista quando o tema é política.

Na Gavekal, por exemplo, observo que Charles Gave - o mais pessimista - nunca esteve tão distante de Anatole Kaletsky - o otimista - como nos últimos meses. Kaletsky já carrega seu otimismo desde que o índice S&P 500 esteve em 1700 pontos, mas confesso a você, que isso, para mim, não faz muita diferença. Conheço alguns americanos que estão lucrando muito com os mercados e nem por isso os considero necessariamente uma fonte confiável de análise.

Sendo assim, como você muito bem sabe, venho argumentando que é hora de se preparar para uma possível retração nos índices americanos. E quais seriam as bases para este argumento?

Seguem algumas:

1. Boa parte da curva de juros dos EUA permanece invertida. Isto é, os juros de longo prazo estão abaixo da taxa básica de juros. Isso, historicamente, é um importante indicador de fim de ciclo econômico expansionista.

2. Uma enorme divergência (15%) entre os preços das ações das "Big Caps", medidas pelo S&P 500, e as "small caps", medidas pelo índice Russell 2000.

3. Os índices de bolsa subiram tanto que sua relação com os preços das commodities apresenta a maior divergência histórica dos últimos 50 anos.

4. 60% dos países que publicam índices de atividade econômica, como o PMI, já sinalizam uma contração iminente.

5. 16 países apresentam taxas de juros de longo prazo que estão abaixo da taxa LIBOR.

Bem, o mais otimista irá sempre argumentar que desta vez é diferente por razões associadas a tecnologia, pelo efeito TINA ("There is no alternative")(Não há alternativa senão ir para a bolsa), e pelo fato de que não há nada no horizonte que faça com que este ciclo de alta seja interrompido abruptamente.

A verdade é que habitamos um mundo complexo. Sendo assim, não se deve destruir uma amizade por questões que, convenhamos, são meramente probabilísticas.

Eu, como trader não-direcional que busco ser, já estou fazendo as minhas apostas. Acredito que os mercados emergentes devem registrar uma performance superior aos mercados americanos nos próximos meses; tanto na valorização nominal de suas bolsas como na frente cambial. Sendo assim, aproveito o fato de que o ETF IVVB11, negociado aqui no Brasil, apresenta uma oportunidade dupla: em um mesmo ativo, você pode apostar a favor ou contra o S&P 500 e o câmbio USD/BRL. Basta você avaliar os argumentos e fazer a sua escolha!

Marink Martins

www.myvol.com.br